segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Curtas para Cutucar VI

Pasmem! Notícia da TV Brasil -  Provavelmente poucas pessoas conhecem a TV Brasil. É pretensamente uma grande rede estatal idealizada pelo governo Lula e concretizada pelo ex-ministro das comunicações Franklin Martins. Os investimentos feitos a partir de  2007 foram bastante polpudos, com o intuito de competir com as redes privadas de televisão. O próprio obscurantismo da emissora que pretende ressaltar os valores nacionais define, por si só, o fiasco da iniciativa.

E na tentativa de melhorar essa situação vergonhosa, a presidente Dilma resolveu trocar o comando do elefante branco. Sai Tereza Cruvinel e entra Nelson Breve. Fontes internas que não quiseram se identificar acreditam que essa  mudança terá grande impacto sobre a grade de programações.
A maior esperança é  de que aumente o número de horários de exibição das "Aventuras de Bill Tampinha e Sua Melhor Amiga Corky". Afora o fato de que é a primeira vez nesse governo que um cargo de destaque sai das mãos de uma mulher para um homem, não há muito mais o que falar...

Bill Tampinha e sua Melhor Amiga Korky: Coisa Bem Brasileira?


Isenção Fiscal e Imortalidade – Lembram o puxão de orelhas que o Zé Sarney levou de quase todo o Brasil ao voar por lazer no helicóptero do Governo do Estado da Roseana (quer dizer, Maranhão)?
Parece que a vergonha pública não foi suficiente. O exemplar Senador da República está na reta final para conquistar o segundo objetivo místico de grande parte dos seres humanos. O primeiro ele já conseguiu, virando imortal... da Academia Brasileira de Letras (ABL) botando fogo nos coitadinhos duns marimbondos.
E agora, o cara mais poderoso do Brasil (alguém duvida?) quer ultrapassar a própria mortalidade e passar para um estágio ainda estupendo do que driblar a morte às custas de “inseticídios”: imagina só nesse nosso país com insaciável voracidade fiscal, alguém deixar de pagar impostos e ainda ter as dívidas tributárias simplesmente perdoadas.
Tal benefício, proposto por um senador que já foi presidente e tem bigode (o nome eu não digo!) está em vias de ser aprovado pelo Senado para a própria ABL que ficaria livre para sempre do Imposto de Renda, Cofins, PIS-PASEP e IOF.
Diante de tal acinte, apenas um sentimento é capaz de sair da minha alma....
 QUE INVEJA!

Torrando a Grana das Estatais – Com o esfriamento da atividade econômica brasileira – o que era facilmente previsível desde o ano passado – é natural que a receita de impostos passe por desaceleração. O certo seria reduzir as despesas públicas não fundamentais para equilibrar o caixa e isso não parece ter ocorrido de forma eficaz.
Mas, matematicamente, a realidade foi simplesmente incrível. Ao invés de cair como a produção industrial de setembro, a mesada do governo federal cresceu  7,5% no mesmo mês. Uma expansão exemplar, mas inferior aos 12,7% imaginados no começo do ano.
Ou seja, em primeiro lugar isso quer dizer que a carga fiscal sobre a sociedade brasileira subiu mais ainda. E em segundo lugar, parece evidente que os gastos públicos estão crescendo de forma um tanto quanto imprudente (as despesas cresceram cerca de 11%). Seria uma boa política fazer com que a despesa do Estado evoluísse de forma bem mais lenta do que o crescimento da arrecadação como forma de reduzir o estoque de dívida pública ou contingenciar reservas para momentos econômicos difíceis como o que estamos começando a atravessar.
Mas isso não foi feito. A solução, então, foi pegar os dividendos pagos das estatais e reforçar o caixa da União. O dinheiro envolvido nessa operação girou ao redor de R$ 4,5 bilhões em setembro.
Tudo bem, trata-se de dinheiro proveniente do lucro das empresas governamentais e isso é legítimo.
Mais ou menos: o grosso dessa grana vem de estatais como BNDES, Caixa Federal e Petrobrás. Ou seja, o lucro em questão ocorre porque o brasileiro paga as taxas de juros mais altas do mundo e se submete a preços de combustíveis igualmente bem superiores do que é praticado no resto do mundo. Lembramos que a Petrobrás é monopolista na produção e refino de petróleo no Brasil. Conclusão, entre broncas orçamentárias, é o cidadão que continua tomando tufo.
A Festa do Pendura – Por algum tempo cursei Direito. Uma das coisas pitorescas do curso era o dia do Pendura, comemorado no dia 11 de agosto. A molecada das ciências jurídicas avançava noite adentro para beber, comer e zoar. No final mandavam o garçom pendurar a conta e saiam apressadamente. Não raramente, isso dava encrenca, com direito à polícia. Mas normalmente tudo acabava bem.
Pessoalmente nunca pratiquei o “pendura” (já era formado em economia nessa época), mas costumava ir a algum restaurante para assistir a festa dos colegas.
A tradição tem quase dois séculos, originária em 1827, quando Dom Pedro I criou os  primeiros cursos de direito em Olinda e São Paulo. A comemoração do evento levou aos donos de bares e restaurantes da época a fornecerem refeições de cortesia aos acadêmicos, em troca de um discurso (devia ser a atração mais emocionante da época, antes de inventarem a televisão). O problema é que as duas academias iniciais se reproduziram feito ratos e hoje há milhares de cursos de direito pelo país, com centenas de milhares de estudantes esfomeados.
Se hoje em dia tal prática está restrita há casos mais raros na vida acadêmica, parece que o costume vem evoluindo para as políticas financeiras de alguns países de certo destaque no contexto mundial.
Refiro-me diretamente ao calote de 50% da dívida grega junto ao setor privado fechado há alguns dias, que inclui ainda um prêmio em dinheiro para o país. No total deverão ser “pendurados” cerca de 100 bilhões de euros.
E o mais incrível: ao invés dessa situação causar pânico e cabelos em pé aos nervosinhos das bolsas, o povinho em questão ficou feliz e animado, argumentando que é melhor perder a metade dos créditos do que tudo.
Talvez, em parte eles tenham razão. Mas será que essa razão justifica o fato de os pregões pelo mundo afora dispararem, como se o planeta estivesse salvo? Me lembro das crises das dívidas argentina, russa, coreana e mexicana nas décadas passadas, quando a mesma situação parecia ser a chegada do apocalipse no mundo financeiro.
Será que quer dizer que a consolidação de um calote no terceiro milênio se tornou algo positivo. Se a resposta for sim, acho que as bolsas vão subir bem mais nos próximos meses... É que daqui a pouco vai estourar a dívida italiana, a espanhola, a portuguesa e por aí afora.
E imagina se essa moda de pendurar as contas passa para as pessoas físicas. Daí, ter o nome no SPC vai ser uma verdadeira honra.
Eta mundinho maluco!    
E enquanto isso, no outro lado do Atlântico a economia dos EUA mostra que está reagindo à crise global, cuja gênese aconteceu por lá mesmo. O PIB do terceiro trimestre aumentou 2,5%, praticamente dobrando o desempenho dos períodos anteriores.
Mas para que ocorra recuperação de fato, os norte-americanos devem superar a barreira dos 3,5%, a partir do que os empregos perdidos entre 2008 e 2010 tendem a ser recuperados gradativamente.

Gutemberg x Internet -  Dia desses quebrei um prato em casa. O vidro se estilhaçou por toda a sala e foi preciso uns 15 ou 20 minutos para juntar os cacos com uma vassoura. Depois disso, peguei um saco plástico para colocar os resíduos, não sem antes forrá-lo bem com jornal para evitar acidentes na coleta de lixo.
Mas quem disse que eu achei uma mísera folha de jornal na minha residência? Ainda bem que consegui improvisar o pacote com papel de revistas e propagandas de supermercados. Senão o problema ia ser bem sério.
Resolvido o problema não pude deixar de lembrar que já fazem alguns anos que não assino, ou mesmo não vou à banca comprar jornal. Afora umas raras revistas, todo o conteúdo pelo qual me informo provém da internet.
Com os olhares no presente, não parece surpreendente que o número de leitores de jornais impressos sejam apenas 20% superiores aos que preferem a tela do computador e smartphones para ficaram a par das notícias. Esse dado é proveniente de pesquisa feita pela Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias.
Há 10 ou 15 anos poucos apostariam em um cenário como esse. E a situação parece que não vai parar de mudar. Entre 2008 e 2010 os leitores de jornais perderam cerca de 21 milhões de adeptos: passaram de 540 milhões diários para 519 milhões.
Com o aperfeiçoamento de formas para ganhar dinheiro com informação na internet, certamente a mídia eletrônica vai continuar se expandindo a passos largos e se tornará hegemônica ao cabo de 2 ou 4 anos.
O papel tende a se tornar artigo de luxo. Livros, revistas e os citados jornais estão cada vez mais inseridos no mundo virtual. A silvicultura (plantação de florestas para posterior aproveitamento da madeira) ficará cada vez mais restrita aos móveis e embalagens. Mas o plástico pode tomar conta desses setores.
Será que assistiremos ao fim do império criado por Gutemberg? Se a resposta é sim, tenho uma pergunta mais intrigante: como embrulharemos vidro quebrado no futuro?
O Pré-Sal Fazendo Água – Enquanto os senadores da república se esgoelavam para decidir a divisão dos recursos do pré-sal entre os estados, chegou a notícia de vergonhoso fiasco de uma das áreas mais promissoras do badalado campo petrolífero.  Na Reserva de Golfinho, no litoral do Espírito Santo, 91% do volume retirado das profundezas é simplesmente água. Ou seja, de uma produção estimada em 300 mil barris por dia, a captação efetiva ficou restrita a mixados 26 mil barris. E lá se foram US$ 500 mi de investimento pelo cano.
Tricotando no Vale do Silício – Imagine que tipo de educação os principais cientista e executivos do Vale do Silício (pólo de tecnologia de informação na Califórnia) escolhem para os seus filhos? Está errado quem pensou em alguma escola cheia de computadores, robôs, botões para apertar e outras tranqueiras típicas de um paraíso nerd.  
Funcionários graduados do e-bay, Yahoo, google, HP, Apple, etc. estão matriculando a molecada na Waldorf School of the Peninsula, onde não existe nenhuma daquelas engenhocas. Pelo contrário, a escola incentiva, acima de tudo, os exercícios físicos e trabalhos manuais como forma de desenvolver melhor o intelecto. Segundo defendem, por exemplo, fazer tricô é ótimo para resolver problemas, desenvolver capacidade matemática e coordenação motora.
Bem, não vou discutir sobre o que ignoro completamente. Mas se pessoas embrenhadas em tecnologia escolhem esse tipo de educação para os filhos, acredito que devam existir motivações fortes o suficiente para isso.

O Brasil em Ascensão – Por conta da crise global centralizada na Europa, o Brasil – mesmo crescendo abaixo de 3% nesse ano – deverá papar o posto britânico de sexta maior economia do mundo.
O Brasil em Queda – Mas ano que vem, o PIB brasileiro voltará a ficar em sétimo lugar porque seremos ultrapassados pela Índia.
O Brasil em Ascensão II -  Porém, em 2014 passaremos a França e retomaremos o posto perdido para os indianos. E até 2020, o Brasil deixará a Alemanha para trás e será a quinta maior economia do mundo. Que honra...
O Brasil em Queda II – Só tem uma coisa, se o câmbio brasileiro sofrer o ajuste que merece (desvalorização do Real em mais uns 25%, pelo menos), essa mágica acaba. Voltaremos para a nona ou décima posição global. A roupa de líder é bonita, mas lamentavelmente ainda não nos serve direito.

O Câncer do Lula – Em certos pontos a natureza se mostra cruel e implacável. O tumor na laringe do ex-presidente está tendo o poder de calar, temporariamente, a principal voz política do país. Votos para que ele se recupere o mais cedo possível. Mas há uma pergunta que não quer calar? Será que a eventual ausência do carisma verbal de Lula nas eleições municipais do ano que vem terá o poder de mudar o quadro político brasileiro?

7 Bilhões de Pessoas – É filipino o sétimo bilionésimo habitante vivo do planeta terra. Há 12 anos éramos 6 bilhões; há 24 anos 5 bilhões; há 36 anos 4 bilhões; e dentro de 12 anos seremos 8 bilhões de seres humanos. Ou seja, a cada dúzia de anos a população aumenta de 1 bilhão de habitantes – algo equivalente a 5 vezes o número atual de brasileiros.
Mesmo que a taxa de crescimento demográfica venha sendo reduzida ao longo dos últimos anos (já foi superior a 2% na década de 60; hoje anda por volta de 1,2%; e deverá chegar a patamares próximos de 0,4% por volta de 2050) há a evidente necessidade de freio nessa ascensão populacional, sob pena de enfrentarmos uma grave crise de abastecimento em qualquer revés ambiental mais sério.
A hora é de começar a pensar em propostas globais nesse sentido. Alguém se arrisca?
O Político mais Feio do Brasil – Após duas semanas sem parciais, nosso grande certame político-estético tem algumas novidades interessantes. A disputa pela liderança continua parelha entre José Ribamar Sarney e Tiririca. No último final de semana, o ex-presidente-de-tudo-o-que-se-pode-imaginar passou o palhaço profissional do parlamento brasileiro, mas nada está decidido.
No segundo pelotão, as recentes aparições do Zé Dirceu o colocaram na terceira posição de nossa lista. E logo atrás, pasmem, a belezura da Manuela foi indicada por cinco eleitores (de muito mau gosto por sinal), enquanto o ex-ministro Orlando Silva teve três votos e empatou com o Lula, que parou de crescer nos últimos dias.
Os demais continuam com apenas um voto. Mas nomes interessantes começaram a figurar na lista. Além dos fotografados, temos os seguintes candidatos a político mais feio do Brasil, com apenas um voto: Anthony Garotinho, Audifax, Benedita da Silva, Dr. Grilo, Gleisi Hoffmann, João Ananias, Marcelo Crivella, Marta Suplicy, Marco Maia, Paulo Maluf, Paulo Piau e Roberto Requião
A eleição continua. Exercite plenamente a sua cidadania! Envie seu voto por e-mail, clicando ao lado CLIQUE AQUI! .  Fotos de sugestão são bem-vindas, como foi a do ex-presidente Lula.
Caso você queira ficar no anonimato, envie sua opinião ao final dessa postagem no link de comentários, sem se identificar.

Até Breve

Eduardo Starosta

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Curtas Para Cutucar V

Coisas do Espaço – Sempre achei que - mesmo com a crise - seria uma grande burrada do governo norte-americano cortar o orçamento da pesquisa espacial, uma vez que foi através das invenções direcionadas para alcançar o desconhecido que surgiram várias das principais invenções que hoje dominam os sonhos de consumo da humanidade. Nessa ótica, a maior fronteira para o desenvolvimento de novos produtos está mesmo no infinito do espaço.
Assim, é com certo alívio que passo a suspeitar que a redução da mesada da NASA não passa de conversa para calar a boca dos menos imaginativos. Veja que interessante: os engenheiros e cientistas estão debatendo seriamente projetos de construção de postos de reabastecimento em órbita. O objetivo da citada infra-estrutura seria o óbvio: encher o tanque das naves com destinos mais longínquos, como Marte e o cinturão de asteróides.
Evidentemente, quem está pensando em soluções práticas assim, tem planos de avançar para além dos limites conhecidos com racionalidade econômica.
E agora uma má notícia para os espaços-maníacos: sabe aquela história de flutuar no cosmo com baixa gravidade (a gravidade zero não existe!) e se sentir livre? Pura lorota! De acordo com quem já esteve lá por cima, mover um braço ou uma perna não é moleza. É parecido com os movimentos que se faz embaixo d’água por quem mergulha. Ou seja, há a necessidade de vencer a resistência do líquido e é isso que nos torna mais lentos nessas circunstâncias. Conclusão: ir para o mundo da lua é coisa daqueles malhadões de academia e não para nós, singelos molengas.
Primeiros Passos da Era DJ (Depois de Jobs) – Segundo fontes oficiosas, Steve Jobs, consciente de sua morte iminente,  deixou de herança à Apple um estoque de lançamentos  suficientes para garantir a liderança da empresa nos próximos quatro anos. Entretanto, os movimentos do setor de tecnologia da internet e informação não respeitam longos períodos de luto e contemplação.
Nessa semana, o assunto de destaque é a briga entre Google e Microsoft pela compra da outrora toda-poderosa Yahoo. É difícil crer que líderes de inovação há alguns anos se transformem tão rapidamente em pouco mais do que marcas respeitáveis para compor o portfólio de novas potências do setor. Isso faz pensar: o que será da Apple após esgotar o caderninho de idéias de Jobs; e no futuro mais longínquo, será que a Microsoft sobreviverá à falta de Gates?  Como sobreviverá o Facebook sem Mark Zuckerberg?
Deixemos essas respostas para os próximos anos e décadas definirem. Mas não se pode desprezar o fato de que os avanços mais significativos da inovação e quebras de paradigmas de hábitos e conhecimentos vêm dos talentos individuais. O coletivo normalmente serve para alguns aperfeiçoamentos periféricos. Moral da história: no governo da alta tecnologia é o velho René Descartes que continua dando as tintas.
E em memória ao Jobs. Quando ele lançou o Ipad, a crítica especializada achou o produto meio decepcionante; bobeira. A “besteira” (os tablets) no segundo trimestre do ano vendeu 13,6 milhões de exemplares, contra 7,3 milhões de netbooks. Outra moral da história: os críticos profissionais são uns babacas.
A Greve dos Médicos e os Paradoxos Éticos – Depois dos correios e bancos, começou as paralisação dos médicos do SUS em nível nacional. As reivindicações dizem respeito a reajuste salarial e melhoria das condições de trabalho da rede de atendimento pública de saúde. Pessoalmente, aposto que dando um consolo ao bolso dos doutores, a segunda parte dos questionamentos pode ficar convenientemente de lado. Há quem diga também, que tal greve não faria muita diferença dada a péssima qualidade de atendimento predominante nos postos de saúde e hospitais públicos. Não são poucas as reportagens de telejornais que vem abordando esse tema.
Sim, a greve é um direito! Ninguém pode ser obrigado a trabalhar não querendo, mesmo que isso resulte em vidas perdidas.
Será mesmo? Acredito que possa ter um caminho intermediário entre o extremo da liberalidade e da obrigação escravocrata de curar sob condições de penúria.
·         Em primeiro lugar, em um país de quase 200 milhões de habitantes predominantemente de classe média e saúde precária, um médico competente tem boas chances de realização material atuando como profissional liberal. O SUS deve ser uma alternativa apenas para quem precisa ganhar experiência ou vê a profissão como sacerdócio. Nesse último caso, não tem que ficar reclamando de salário! Talvez o correto seria limitar a jornada de trabalho desses profissionais em empregos públicos para que eles possam se realizar materialmente através de seus consultórios ou vínculos de trabalho privados.

·         Uma outra saída antipática para as “vítimas”, mas justa sob o ponto de vista social, seria recrutar por pelo menos dois anos os formados nas universidades públicas (as melhores!) para trabalharem por tempo integral na saúde pública com piso salarial. Além de ganharem experiência, os novos médicos (e outros profissionais da saúde e, eventualmente, demais áreas do conhecimento) reduziriam o déficit de atendimento flagrante na atualidade.

·         Quanto à questão da deficiência de hospitais, leitos, CTIS, alas cirúrgicas, equipamentos, etc. são três as soluções: investir, investir e investir. Falta dinheiro para a saúde? Que simplifiquem os estádios babilônicos que estão sendo construídos com dinheiro público para 2014; que criem um sistema realmente eficaz de auditoria (e não o TCU) para evitar tantos desvios de verbas públicas; que repensem o custo bilionário dos prédios oficiais...
Economia Brasileira Levando Bomba – Naquele papo de palestrante comportamental, o otimista é o cara legal, que sempre vê coisas boas nas maiores desgraças. Dessa vez, o otimismo veio com o leve recuo da inflação, em função da piora do desempenho da economia brasileira. Ou seja, a previsão de crescimento do PIB nacional que era superior a 5% no início do ano para o então sorridente Mantega, já está abaixo de 3% e poderá ser ainda inferior em 2012.
MAS A INFLAÇÃO ESTÁ CAINDO DE 7,33% PARA 7,12%, EBA!
Será que o otimista que pensa assim é realmente um otimista, ou não passa de um estúpido?
Melhor partir para derrubar mais os juros e arrumar o câmbio. Afinal de contas, perto do que está acontecendo no mundo, não se tem muito a perder em tentar se livrar das âncoras que seguram a inflação de 17 anos atrás. O desenvolvimento brasileiro agradeceria.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Novo Aviso Prévio; A Fritura do Orlando Silva e a Torrefação do Kadaffi

O Novo Aviso Prévio – Uma cena que não é tão rara no Brasil. Um garoto de 18 anos consegue seu primeiro emprego. A empresa o contrata como ajudante de auxiliar de Office Boy.
O rapaz tem orgulho de onde trabalha e vai galgando algum progresso na firma, até estacionar na posição de assistente do departamento de  compras.
O tempo passa e o menino se casa, tem 3 filhos e após muita relutância entra no financiamento da casa própria. Ele sempre foi “gente boa” com todos e afora isso nunca chamou muita atenção.
E com a idade, a cabeleira começa a ficar grisalha; a magreza vai dando lugar à barriga de chope; vêm os óculos; os colegas mais antigos se aposentam ou falecem; e assim, como em um sopro do tempo, se passam 30 anos.
Em três décadas, qualquer empresa que resista a tal tempo é obrigada a evoluir e isso, normalmente, significa crescimento. Mas a evolução sempre cobra seu preço em mudanças traumáticas. Pode ser a mudança de administração pela venda, ou mudança hereditária de comando; recessão; mudança tecnológica. Enfim, aos 48 anos de idade o antigo garoto recebe o tão temido aviso prévio... e o mundo cai.
Cumprindo ou não os 30 dias de trabalho antes da consolidação da demissão, o sujeito que se enquadra nessa situação normalmente passa por um forte drama pessoal e familiar. Acomodado no emprego, não tem qualificação para assumir nova posição com salário ao menos similar, ou é preterido por pessoas mais jovens.
O que fazer? Normalmente, a recolocação se torna mais difícil pela dificuldade do demitido de meia idade em aceitar a nova situação e reaprender a interagir com o mundo de fora das portas da empresa, na qual batia ponto todos os dias úteis durante décadas a fio. Logo, os 40% do FGTS (multa rescisória) vão minguar e o drama aumentará mais ainda...
Por essa ótica (não a de mercado, mas a humana) parece ser simpática a Lei recentemente sancionada pela Presidente Dilma Rousseff, aumentando o tempo de aviso prévio em 3 dias a cada ano de trabalho. Nosso personagem teria, então, 90 dias ao invés de 30 para se  restabelecer emocionalmente do choque da demissão. O custo trabalhista da nova Lei ficará no máximo em 0,8% do total de salários pagos ao profissional.
Parece pouco frente ao benefício, mas há controvérsias.
Em primeiro lugar, não é segredo que um dos principais aliados da informalidade do mercado de trabalho brasileiro é, exatamente, seu alto custo indireto. Mesmo sendo simpáticos, os benefícios estabelecidos em lei aumentam o custo do trabalho, muitas vezes, acima de 100% do salário mensalmente recebido pelos funcionários (exatamente nas mais baixas remunerações). E aumentar ainda mais essa cunha fiscal não é nada bom na balança das decisões dos empresários em tomar a decisão de aumentar seu quadro de empregados.
Os próprios postulantes a vagas reconhecem, na prática, a dificuldade da situação. Ou tendem a aceitar a informalidade como forma de “dividir” com o contratante o dinheiro que iria para os cofres públicos, ou então criam a própria empresa, se associam a cooperativas, para prestar serviços que seriam tipicamente de funcionários (claro, isso pode dar confusão depois).
Essa avaliação é parcialmente compartilhada por sindicatos de várias categorias de trabalhadores – especialmente os comerciários – que enxergam na situação barreiras ainda maiores de agilidade no mercado de emprego.
O segundo ponto interessante para se refletir a partir da Lei em questão é o próprio papel do Estado. Os exemplos históricos são elucidativos o suficiente para demonstrar que  proteção em excesso ao emprego gera ineficiência (lembre da qualidade dos serviços públicos brasileiros, cujos operadores tem estabilidade no emprego), ao mesmo tempo em que o capitalismo selvagem é por demais estressante para todos (nos EUA, os sindicatos – muitos bem barra pesadas -  atuam como freio natural  à liberalidade da Lei).
A verdade é que, na ponta do lápis (economicamente falando) a nova Lei significa aumento da carga fiscal, o que é algo repudiado pela maioria dos grupos organizados da sociedade brasileira. Em palavras simples, o Estado está proporcionando um benefício social com dinheiro que não é seu. E isso, na prática é aumento de imposto!
Conclusão: não se pode dizer que a nova Lei do aviso prévio seja injusta no seu conteúdo; mas de fato é  equivocada nos termos da sua forma. Em síntese, se o governo quer realmente beneficiar os trabalhadores demitidos, que arrume recursos orçamentários para isso. Pode ser que a simples erradicação de algumas travessuras com dinheiro público sejam mais do que o suficiente para conseguir a verba necessária para custear a bondosa – mas injusta – intenção do governo.
Tchau, Tchau Cara de Pau – Pelo tamanho do escândalo e pela disposição da Presidente Dilma em não tolerar falcatruas públicas que venham à tona, parece que o Ministro Comunista dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB) vai mesmo para o olho da rua. Coincidentemente, essa torração aconteceu cerca de uma semana após o dito cujo iniciar seus primeiros lances de guerra-suja eleitoral com vistas ao pleito do ano que vem.
Em Porto Alegre, o futuro ex-ministro fez falsa denúncia contra a prefeitura com relação ao atraso das obras públicas para a Copa do Mundo. Na verdade isso não ocorre: realmente as reformas do Estádio Gigante da Beira Rio (Sport Clube Internacional) estão um pouco fora de cronograma, mas se trata de obra financiada exclusivamente com recursos privados.
A verdade é que o sujeitinho queria impulsionar a postulante do seu partido, Manuela Ávila, às eleições municipais, contra o atual prefeito e candidato à reeleição José Fortunati.
O problema é que Fortunati, com seu estilo de administrador discreto, mas firme, está fazendo uma gestão primorosa na capital gaúcha. E quando indagado pela imprensa local a respeito das “denúncias” do ministro envolvido em vários escândalos com dinheiro público, o prefeito simplesmente respondeu com um singelo “a campanha eleitoral já começou”.
Eis uma réplica curta, precisa e capaz de colocar os “pingos nos is”. A Deputada Manuela (uma belezura, por sinal) não precisava desse tipo de apoio que macula sua interessante carreira política – até o momento.
Quanto ao Orlando Silva, quando for demitido, já foi tarde.
E quanto ao partido em si, a oportunidade é própria para se repensar. Afinal, como pode ser aceitável que os líderes da Guerrilha do Araguaia (visava derrubar a ditadura militar e instalar um governo de orientação maoísta no Brasil) se contentem em participar de uma gestão federal na qualidade de burocratas do esporte?
Depois falam mal do THC, digo, FHC, quando certa feita declarou “esqueçam o que eu escrevi”, ou algo parecido.
Serão os Vilões uma Espécie em Extinção? – O fim de Kadaffi foi coerente com o histórico da sua vida: uma brutalidade irretocável. Ele passa a acompanhar outros vilões do ocidente nesse início de terceiro milênio, como Sadam e Bin Laden.
Mas será que a coisa pára por aí? Acho que não. A OTAN ainda tem alvos no Afeganistão, Paquistão e, eventualmente, na Venezuela (segundo o próprio Chávez).
Uma coisa em comum com essa turma, é que todos são figuras caricatas, mas que tem o poder de seduzir seguidores. A falta deles gera um vazio temporário; até uma sensação de paz. Mas eles sabem como sobreviver à própria morte, se colocando na posição de mártires.
E assim, tais pessoas se reproduzem, gerando vários candidatos a sucessores que disputam a prerrogativa da herança, mediante atos cada vez mais bárbaros para uns e heróicos para outros.
Não, os vilões ainda não são uma espécie em extinção. Pelo contrário, eles estão mais fortes do que nunca pela herança de mitos.
Sempre defendo que a solução para o mau e o fundamentalismo não é a morte pelas armas; mas sim a sua ridicularização e conseqüente descrédito.   


O Político Mais Feio do Brasil – Adiada para a próxima semana mais uma parcial do  nosso concurso do Político Mais Feio do Brasil.
Envie seu voto por e-mail, clicando ao lado CLIQUE AQUI! .  Fotos de sugestão são bem-vindas, como foi a do ex-presidente Lula.
Caso você queira ficar no anonimato, envie sua opinião ao final dessa postagem no link de comentários, sem se identificar.
Até Breve
Eduardo Starosta

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Curtas Para Cutucar IV

Dinheiro do Brasil Voltando ao Brasil – No mês passado o Real passou por uma de suas maiores desvalorizações dos últimos anos. A historia já é conhecida: o pânico na Europa e EUA tornaram o Brasil - sob a ótica dos investidores - mais inseguro do que o próprio olho do furacão. Daí foi aquela fuga de dinheiro estrangeiro aos borbotões (remessa de lucros e resgate de aplicações)  que acabou fazendo com que a nossa moeda valesse menos. Moral da história: minha filhinha vai ter que esperar mais tempo para ver as princesas na Disney!
Mas veja só! Um fator imprevisto vem impedindo que o Real se desvalorize ainda mais. Ocorre que há algum tempo o Banco Central começou a permitir que os exportadores deixassem no exterior parte do dinheiro ganho com as vendas externas. Agora, com o dólar e euro valorizados, essa turma resolveu apostar na volta desses valores. O resultado é que em setembro entrou nada menos do que US$ 26 bilhões no país.
O problema é que aparentemente os estrangeiros tendem a continuar tirando dinheiro de nosso Brasil. E o pulmão para a entrada desses recursos não é incansável.
Assim, as chances de o dólar e euro continuarem subindo nos próximos meses  (mesmo que mais moderadamente do que setembro) não é nada desprezível. Os exportadores devem estar de olho na volta das oportunidades de vendas ao exterior. Pena que a Europa e EUA estão pouco dispostos a comprar nossas bugigangas...

Deixa Disso, Índio Véio – O Brasil não pára de me surpreender. No início de agosto eu estava viajando de carro, fazendo a rota entre Porto Alegre e Brasília pelo interior do país.
Quase na fronteira do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, em Cacique Doble – no meio de uma tempestade – o trânsito parou. Se passaram 10 minutos; 40 minutos; uma hora e meia; e só depois de cerca de três horas é que o tráfego recomeçou.
O que teria acontecido? Inundação?  Desmoronamento? Acidente grave?
Nada disso. A verdade é que um bando de índios havia colocado troncos para bloquear a estrada, em protesto contra a falta de assistência de saúde.
Quando passei na frente do local do “evento” pude até ver o cacique: um senhor de uns 75 anos pintado para a guerra, com arco e flecha, cocar e tudo mais que se via nos antigos filmes de bangue-bangue.
Já sabia da existência de índios no sul do país. Mas acreditava que eles estavam completamente integrados à civilização brasileira, mesmo que eventualmente morassem em aldeias próprias. Eu acho que estava enganado.
E só para confirmar meu erro, nessa semana em Viamão (primeira capital gaúcha e que fica a uns 15 km de Porto Alegre) ferozes índios guaranis prenderam por cerca de 9 horas o presidente da Funai, Márcio Meira, e outras 11 pessoas dentro de um galpão.
Dizem os fofoqueiros que eram mais de 100 indígenas liderados pelo Cacique Eloir de Oliveira. Até tentaram chamar o Coronel Custer e o Rin-tin-tin, mas a sétima cavalaria dos EUA arrepiou tamanha a ferocidade dos nativos.
Mas espera um pouco! Que história é essa de Cacique cujo sobrenome é Oliveira (se bem que Eloir parece um nome bem estranho). Como será que se chama o pajé deles?
Sem mais gozações, é instigante pensar que comunidades integradas à sociedade brasileira há décadas usem a memória de seus antepassados para obter “direitos” e benefícios na marra. No caso, eles queriam demarcação de terras, algo que é resolvido à luz da Lei, pelo Direito Civil e não por seqüestro.

Remexendo em Porcaria – Um aterro sanitário não é a coisa mais bonita de se ver. Afinal, o lixo é o conjunto de coisas que não nos servem; elementos rejeitados descriteriosamente pela sociedade e que fedem, se decompõem desordenadamente e geram gases que podem ser explosivos e letais.
Veja o que está acontecendo no Shopping Center Norte de São Paulo. Para tapar e esconder um aterro sanitário, simplesmente colocaram um monte de lojas em cima e agora há riscos reais de acidentes sérios por conta de cacarecos fermentando no sub-solo.
Esse é um assunto importante que em breve voltaremos a tratar. Mas, em termos de parábola, o tema é interessante para verificar alguns episódios da recente história do Brasil.
Há alguns dias se retirou da Cidade Universitária da USP uma placa que lembrava o golpe militar de 64 como revolução de 1964. Em substituição colocarão outra se referindo ao “regime da ditadura militar”.
Mesmo considerando que a troca de dizeres não pode ser considerada errada (afinal, a história é mesmo contada pelos vitoriosos), o ato em si servirá mais para desenterrar mágoas e revanchismos, reavivando uma polêmica praticamente morta.
Vários dos protagonistas do golpe (ou revolução) de 64 ainda estão vivos e seus filhos e netos não devem achar agradável olhar para o patriarca envelhecido e enxergar nele alguém do mau.
Isso é fomentar o revanchismo. É revolver o lixo enterrado, que tem um fedor insuportável. O melhor seria deixar passar. Ao invés disso,  sob o ponto de vista de verdadeiro resgate da história, sugiro a abertura ampla, geral e irrestrita dos arquivos de documentos daquela época, que continuam fechados a sete chaves.

Indústria Brasileira de Pilha Fraca – Novamente os dados do IBGE mostram que a indústria brasileira está desacelerando. A queda em agosto foi de 0,2% diante de julho. O percentual é pequeno, mas revela uma tendência bastante preocupante. Por conta disso, os juros devem continuar a cair. Mas não esperem quedas extraordinárias. A tradição do Banco Central é aumentar o custo do dinheiro a passos de lebre e reduzir na marcha da lesma.

Roubou; Pirou – A coisa está virando moda. Pessoas bem colocadas no serviço público utilizam sua posição para aprontar todas as travessuras possíveis e impossíveis. Chega o momento em que são descobertas, denunciadas e processadas. O que elas fazem? Chegam na frente do juiz e dizem: Pirei Doutor! Estou com macaquinhos no sótão!
Daí, a justiça suspende as ações e todo mundo sai dando gargalhadas.
A última dessas aconteceu na Assembléia Legislativa do Paraná. Abib Miguel (conhecido por Bibinho) era diretor geral da instituição e gastou a miséria de R$ 100 milhões com a contratação de funcionários fantasmas. Por alegação de insanidade, os processos contra ele estão suspensos.
Imagina se a prática ganha adeptos em todas as partes. Iríamos ver papos assim:
- Estou no SPC porque pirei e gastei demais. Tenho que ter meu nome limpo.
- É verdade, tracei a cunhada. Foi uma loucuuura. Então esqueçam o que aconteceu.
- Tomei todas e atropelei uns 15. Estava fora de mim. Dá para aliviar?
- Nas últimas eleições, estava com a cabeça na lua. Nem me lembro em que votei para deputado. Me perdoam?

O Dodói Salvador – Ano que vem tem eleições na Venezuela. E o povo de lá já estava de saco, cheio do caricato Hugo Cháves. Suas intenções de voto (segundo pesquisas) eram de apenas 31%, o que significaria uma estrondosa derrota eleitoral.
Mas o “ditador eleito” ficou doente. Teve câncer e foi se tratar em Cuba e continuou com suas fanfarronices, só que sem cabelo (provável efeito da quimioterapia).
Parece que o tumor identificado no presidente é do raro tipo “carcinomus marqueteirus”. O efeito colateral foi um crescimento disparado de sua aprovação em pesquisa feita em setembro. A popularidade atingiu fantásticos 58,9%. Dá até para pensar que a doença nada mais é do que teatro político. Se a moda pega...  

Deu Escracho no Ministério Público – Na última postagem do Escracho Geral levantamos novamente a lebre de que os carros brasileiros são caros não apenas pelos impostos, mas também porque a indústria estabelecida no Brasil abusa do bolso de nossos compatriotas. Parece que alguém de peso levou isso a sério, já que o Ministério Público Federal mandou o Ministério da Fazenda investigar a questão. Vamos ver no que vai dar...

Toddynho Atômico -  Tudo bem que a garotada goste, nas propagandas, da fantasia de ganhar super-poderes consumindo os alimentos e roupas para a sua idade. Mas a Pepsi exagerou com o seu Toddynho com ph de 13,3 (o máximo é 14). A falha industrial (problema com detergentes de limpeza de tanque) simplesmente provocou queimadura em órgãos internos de pelo menos 29 crianças no Rio Grande do Sul.
Mesmo que tenha sido um acidente, os pequenos não têm culpa de falhas tecnológicas.
Como compensação, as crianças queimadas deveriam viver como milionários por toda a vida à título de indenização. Nesse ponto a justiça norte-americana é exemplar. Sugiro aos pais que processem a Pepsi nos EUA.

Afogando o Ganso (do Santos) -  Genial a propaganda do Corpus Motel, da Baixada Santista. Pegaram um moleque vestindo o uniforme do Santos de Paulo Henrique Ganso e simularam um afogamento na banheira. Ficou clara a sugestão de “afogar o ganso” no motel. Daqui a pouco eles mudam o nome do estabelecimento para Branca de Neve só para dizer: “Aqui até o Dunga cresce!”.


O Político Mais Feio do Brasil – Semana que vem teremos mais uma parcial do  nosso concurso do Político Mais Feio do Brasil.
Envie seu voto por e-mail, clicando ao lado CLIQUE AQUI! .  Fotos de sugestão são bem-vindas, como foi a do ex-presidente Lula.
Caso você queira ficar no anonimato, envie sua opinião ao final dessa postagem no link de comentários, sem se identificar.

Até Breve.

Eduardo Starosta

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Curtas para Cutucar III

Profissão Pinóquio -  Existem empregos bem interessantes na atualidade. Em alguns deles, o profissional mais indicado é aquele que sabe mentir melhor, ou pelo menos ser especialista em driblar a verdade. Esse é o caso do presidente do Banco Central. Imagina se o cara dissesse: “olha aí gente, preparem-se que a inflação vai subir nos próximos meses”! Ia ser um corre-corre para reajustar preços (e salários!).... Realmente não dá pé alguém na posição de chefe da política monetária ficar falando a verdade.
Então, se o Tombini está dizendo com tanta insistência que a inflação vai cair, é lógico que isso não vai acontecer. Até prova em contrário, a meta de 6,5% para 2011 já foi para o beleléu.
Outro ponto preocupante sobre o qual ele não pode abrir o jogo diz respeito à expansão do crédito. Imagina só: o comércio está parando; a venda de imóveis novos vem desabando nos últimos meses; as montadoras de veículos estão pedindo socorro pela invasão chinesa e coreana. Mesmo assim, os empréstimos às pessoas físicas tendem a crescer cerca de 17% na totalização de 2011 frente ao ano anterior.
Peraí: o consumo está parando e o crédito aumentando... Que maluquice é essa? O que o Tombini não pode dizer?
 Simples: cada vez mais pessoas estão renegociando suas dívidas. E é claro que os bancos, mesmo públicos, não vão deixar de tirar uma casquinha da desgraça alheia, o que resulta no aumento do volume de crédito. E com isso a inadimplência vai subindo e tal prejuízo é pago indiretamente pelas pessoas com as contas em dia.

Drogas 1: Os Metaleiros Maconhados -  De acordo com o Deputado Estadual Magno Bacelar, do Partido Verde do Maranhão, os metaleiros que foram ao Rock in Rio prestigiar o grupo Capital Inicial são drogados e maconhados. Esse ataque de fúria aconteceu com o vice-líder do governo de Roseana Sarney porque a citada banda havia dedicado ao pai da governadora (ele próprio: o José Ribamar) a música “Que País é Esse”, que trata de uma visão nada lisonjeira do nosso Brasil.
Paixões e ódios políticos a parte, vamos dar uma leve aprofundada na questão. O tal do Bacelar chamou os roqueiros de “drogados e maconhados”. Sendo assim, ele deve estar puxando o saco do ex-presidente THC, digo FHC, que estrelou um filme em favor da liberação da maconha. Em segundo lugar, a maconha é usada pelos bichos-grilos (inclusive por anos defendida pelo Gabeira, principal ideólogo da formação do PV que também é a legenda do maninho da Roseana e filho do Ribamar). Os metaleiros têm a fama de curtir porcarias mais pesadas, como a cocaína, heroína, vodka, fanta uva e por aí afora para conseguir suportar aquela barulheira de explodir tímpanos.
Melhor o deputado maranhense começar a moderar a língua, pensar no que fala. Senão vai virar piada nacional. Mas acho que é tarde demais.

Drogas 2: As Porcarias que Vêm da Fronteira – Armas, agrotóxicos, drogas, remédios para disfunção erétil. Esses são os produtos que mais são contrabandeados para o Brasil, via Peru, Bolívia e Paraguai, de acordo com estudo recentemente divulgados pela Sindifisco (Sindicato que reúne os auditores da Receita Federal). Pelo relatório, as condições de fiscalização  são mais precárias na Região Norte e especialmente em Ponta Porã, onde até entra selos falsificados da própria Receita Federal. Já em Assis Brasil (Acre) está tudo liberado. Não há auditor fixo na fronteira com a Bolívia e Peru. Espera um pouco: se essa realidade é tão bem conhecida, por que ela não é tratada? Falta verba para a inteligência, ou inteligência para a verba?
Pagando a Conta da Europa – O nosso ministro Mantega está se achando. Tem chances de ser escolhido o Pimpão do ano. Na semana passada ele sugeriu que os países do Brics (além do Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul) se juntassem e fizessem uma vaquinha para conseguir uma grana para ajudar os europeus em crise. Claro que isso deu manchetes globais. Mas afora a Grécia, Portugal e Espanha, os demais países da União da Europa não acharam a idéia muito boa; mas sim arrogante. O entendimento por parte dos lideres responsáveis de lá é que o Velho Mundo não precisa de mais dinheiro, mas sim aprender a gastar menos. Os italianos pensam diferente e já estão passando o chapéu na China. Afora isso, os demais europeus estão vendo seus Estados viciados em dinheiro: são “dinheirólatras” e a cura passa pela abstinência. Seria mais ou menos como um cachaceiro. A sua cura nunca vai ocorrer dando mais cachaça para o bebum. Com essa análise, Mantega levou um gentil, não obrigado. Então... TEM DINHEIRO SOBRANDO NO CAIXA DO GOVERNO?

Indícios de Nova Guerra Fria – Sim, os norte-americanos convocaram o Arnold Schwarzenegger, Silvester Stallone, Chuck Norris e até o Rommer Simpson para a operação de captura do Bin Laden no Paquistão.
E os paquistaneses não gostaram nada da brincadeira. E passo a passo o governo daquele país vai dizendo isso de forma cada vez mais clara ao governo dos EUA que por sua vez se diz traído pelos ex-aliados por conta de posicionamentos dúbios dos paquistaneses em relação a redes de apoio ao Taleban.
A conseqüência desse arranca-rabo é que o país asiático vai se aproximando da esfera de influência chinesa, que parece estar aceitando o candidato a vassalo com o maior prazer.
 Tal situação deixa bem claro que por trás de questões comerciais, está se desenrolando nos bastidores da política internacional um novo realinhamento de nações em algo parecido com a bipolarização que predominou na Guerra Fria até o início dos anos 90.
É esperar para ver os próximos capítulos dessa novela...

O Político Mais Feio do Brasil – Nosso concurso de feiúra continua em marcha lenta. Mas as novidades dos votos registrados na semana passada são importantíssimas para o Brasil. José Ribamar Sarney deu competente arrancada e agora se encontra empatado com o Tiririca. De lambuja, o senador amapo-maranhense lançou mão de forte poder nepotístico e introduziu o próprio filho nesse prestigiado certame estético. Fontes oficiosas dizem que tal manobra envolveu representes da própria Organização dos Estados Americanos. Outros afirmam que a diplomacia chilena está envolvida no caso.  A outra novidade foi a entrada impactante do político mais cassado (ou caçado, sei lá!) do Brasil, José Dirceu. O cara já divide a terceira colocação com o Marco Maciel, mas mostra que está insatisfeito (veja a foto) e quer crescer mais. Será que consegue??? A votação continua aberta, bem como a inscrição de novos candidatos.
Envie seu voto por e-mail, clicando ao lado CLIQUE AQUI! .  Fotos de sugestão são bem-vindas, como foi a do ex-presidente Lula.
Caso você queira ficar no anonimato, envie sua opinião ao final dessa postagem no link de comentários, sem se identificar.

Até Breve,

Eduardo Starosta