Pobre Brasil!
Até há poucos
dias não seria difícil ranquear os dois melhores humoristas vivos do país. Nas
opções disponíveis, Chico Anysio e Millôr Fernandes seriam francos favoritos para
liderarem a lista.
Porém, o Senhor
Destino Irônico determinou que em menos de uma semana ficássemos órfãos desses
dois primorosos retratistas da caricata e frívola vida política nacional.
Foi uma pena!
Millor com seus textos e charges cáusticas e Chico por meio dos eternos personagens
de Chico City sempre tiveram notável habilidade de mostrar a realidade dos
hábitos, da moral e da política nacional com incansável senso de humor, ao
ponto de muitas vezes nos flagrarmos rindo de nossa própria personalidade e
jeito de ser.
Pessoalmente
vejo os humoristas como os principais guardiões da coerência e seriedade da
vida pública nacional. Afinal, basta um pequeno deslize de algum figurão da
política para que um ou mais gozadores tomem a iniciativa de fazer o escracho
da besteira feita, inibindo novas investidas no mesmo sentido.
E parece que as celebridades da política
brasileira têm a plena consciência do baque causado ao humor pela morte de
Millôr e Chico, pois aproveitaram o período informal de luto para impunemente
aprontar travessuras.
A nossa
presidente Dilma Rousseff estava indo muito bem na missão de mandar na gente.
Mesmo que não haja consenso em relação à qualidade de seu governo (afinal, como
disse Nelson Rodrigues, todo o consenso é burro!), era uma tarefa
demasiadamente árdua tentar encontrar algum ponto de incoerência evidente na gestão
da Patroa.
Mas a pobrezinha
não suportou a pressão da briga com a própria base parlamentar e liberou R$ 2,5
milhões em emendas para cada um dos deputados e senadores aliados.
Vou explicar
isso direito: além de criar e votar leis, os deputados e senadores possuem
acesso a criar emendas ao orçamento da União, determinando a execução de obras
ou outros investimentos em sua base eleitoral.
Isso é legítimo e até coerente
com a ideia do voto distrital.
O problema é que
essas emendas parlamentares não são cumpridas por si só. A presidência da
república, através da Casa Civil, tem que liberar os recursos para os
investimentos individualmente e é de praxe que a aprovação do empenho seja
fruto de uma certa flexibilização das convicções dos parlamentares na direção do
que o executivo quer.
Em outras
palavras, quem não votar a favor das propostas do governo, não tem dinheiro
para agradar seus eleitores.
Entretanto, por uma mistura de ânsia de economizar e certo desprezo presidencial pelos legisladores, a liberação
dos recursos das emendas parlamentares ficou bem mais difícil de sair não só
para os inimigos políticos, como para os próprios aliados.
E isso – na verdade –
foi o que provocou a revolta da base parlamentar.
Imagina só: às vésperas
das eleições para prefeitos, os senadores e deputados estariam de carteira vazia
para agradar seus eleitores, o que naturalmente abre rápido e extenso espaço
político para as oposições.
Foi por conta
disso que os “fiéis aliados” começaram a impor derrotas ao governo no
Congresso.
De acordo com fontes da Câmara dos Deputados, a revolta extrapolou o
PMDB e PR, chegando até ao próprio PT, com alguns grupos do partido pedindo a cabeça
de Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann.
Diante de tanta pressão,
a Patroa resolveu fazer o que a turma queria: disponibilizou R$ 2,5 milhões
para cada aliado, para que eles parassem de perturbar no Congresso Nacional.
Ou seja, o
acordo de Dilma com os paramentares deixou por demais escrachado que a força
das convicções políticas para votar leis é inversamente proporcional à
generosidade monetária do governo.
O que Millor
escreveria sobre isso?
Qual o
personagem de Chico Anysio que melhor representaria a figura do parlamentar que
muda o voto em função do dinheiro em jogo?
Outros
membros do Jet set político nacional também aprontaram grandes trapalhadas enquanto assistíamos os dois humoristas se despedirem da vida:
Deu zebra para então todo certinho Senador Demóstenes Torres, com suas relações, diríamos, “bicharescas”.
Mas o azarado da semana foi o treinador da seleção brasileira, Mano Menezes. O cara foi pego no bafômetro e se danou, apenas algumas horas antes de o STJ aliviar a barra dos bebuns no volante, que já não precisavam se submeter ao bafômetro e exames de sangue e agora estão imunes a testemunhas ou exames médicos. Depois do Mano, só perde a carteira o pinguço convicto, aquele que assume publicamente a sua
condição de pudim de cachaça.
E o Serra querendo mais uma vez papar a prefeitura de São Paulo? Será que dessa vez ele vai entender que não é só o paulistano que elege o presidente do Brasil.
Incrível foi o Fidel que perguntou a um incrédulo Bento XVI, o que faz um Papa, enquanto botava em cana uns 70 fiéis.
O governo também se destacou falando que o desconto do IPI sobre geladeiras, fogões, móveis e abajures representaria uma renúncia de arrecadação de R$ 460 milhões. Mas será que se deixassem o IPI alto, esses produtos seriam vendidos da mesma forma? E os trabalhadores das indústrias ficariam empregados, pagando impostos, se o preço dos eletrodomésticos não caísse?
Deu zebra para então todo certinho Senador Demóstenes Torres, com suas relações, diríamos, “bicharescas”.
Mas o azarado da semana foi o treinador da seleção brasileira, Mano Menezes. O cara foi pego no bafômetro e se danou, apenas algumas horas antes de o STJ aliviar a barra dos bebuns no volante, que já não precisavam se submeter ao bafômetro e exames de sangue e agora estão imunes a testemunhas ou exames médicos. Depois do Mano, só perde a carteira o pinguço convicto, aquele que assume publicamente a sua
condição de pudim de cachaça.
E o Serra querendo mais uma vez papar a prefeitura de São Paulo? Será que dessa vez ele vai entender que não é só o paulistano que elege o presidente do Brasil.
Incrível foi o Fidel que perguntou a um incrédulo Bento XVI, o que faz um Papa, enquanto botava em cana uns 70 fiéis.
O governo também se destacou falando que o desconto do IPI sobre geladeiras, fogões, móveis e abajures representaria uma renúncia de arrecadação de R$ 460 milhões. Mas será que se deixassem o IPI alto, esses produtos seriam vendidos da mesma forma? E os trabalhadores das indústrias ficariam empregados, pagando impostos, se o preço dos eletrodomésticos não caísse?
Adeus grandes Mestres.
O Aniversário de Porto Alegre – Semana passada Porto Alegre estava completou 240 anos. Minha filha, há poucas semanas de completar 4 anos, chegou da escola querendo me passar a seguinte conversa pelo telefone:
- Pai, sabia que hoje é o
aniversário de Porto Alegre?
- É mesmo?
- É, a gente tem que comprar
presente para Porto Alegre.
- Qual o presente que vamos
comprar?
- Uma Polly (bonequinha do
tamanho de um dedo), pai!
- Legal, e como é que vamos
entregar o presente para Porto Alegre?
- Porto Alegre não tem mão
para segurar a Polly. Então eu vou ficar cuidando dela.
Dispensável dizer que a
pequena aumentou sua coleção de bonecas.
Até breve.
Eduardo Starosta