Em Porto Alegre e Santana do Livramento (RS), câmaras
de monitoramento ajudaram a identificar o assassino de seis taxistas.
Já em Curitiba, o flagrado pelas imagens foi o
motorista de uma van que atropelou e matou um idoso.
Finalmente, um skinhead de Belo Horizonte foi em cana
pelo monitoramento de suas violentas atrocidades em câmaras e na internet.
E esses exemplos de flagrantes incriminadores não são
casos fortuitos. Sistemas de captação de imagem estão rapidamente tomando conta
das ruas, condomínios, empresas e prédios públicos. A tendência é que nos
próximos anos o grau de cobertura e a resolução das imagens aumente,
facilitando o reconhecimento e prisão de bandidos.
Em países que dominam métodos mais sofisticados de
monitoramento, como os EUA, a questão já está bem mais avançada. Provavelmente,
satélites estacionários de alta resolução devem ter acumulado as imagens que poderão
levar à identificação e possível captura dos terroristas que explodiram bombas
na Maratona de Boston nessa última segunda-feira.
Pelo lado bom, a boa aplicação das tecnologias em foco
seria um belo auxílio contra a criminalidade brasileira (e mundial!), desde
que, é claro, o poder judiciário não mantenha o hábito de soltar levianamente quem
a polícia prendeu.
Falando nisso, uma boa regrinha para o futuro código penal seria: “usou, ou ameaçou com arma, tá em cana sem fiança e muito menos habeas-corpus”.
Já passou do tempo
de limpar as ruas. Se os presídios estão lotados, que se instalem grades em
prédios públicos ociosos, até que novas cadeias sejam construídas!
Entretanto, tirando a questão da criminalidade,
imagine só o poder de um Estado que tem a possibilidade de vigiar qualquer um
de seus cidadãos indiscriminadamente.
Sem ilusões, em um país como o Brasil, onde o sigilo telefônico
e bancário é facilmente desrespeitado, a possibilidade de contar com
tecnologias de monitoramento por imagem eficazes poderá vir a ser uma tentação irresistível
para “autoridades” curiosas por mapear os passos de seus desafetos e
concorrentes.
Pior ainda: imagine o momento em que burocratizarem as
imagens de monitoramento e isso quase que naturalmente vazar para mãos inescrupulosas
ou ter negociação aberta em mercados secundários.
Maluquice? Provavelmente não. Veja só o que acontece
com você e seu computador. Não é raro notícias de pessoas com fotos, filmes, telefones,
documentos, contas bancárias, senhas e outras informações divulgadas na
internet sem permissão. Os rackers são uma notória realidade.
Se isso é assim com a web, imagina com imagens que –
em princípio – são derivadas de tecnologias bem mais simples.
É bom começarmos a pensar nessa questão, pois o que
pode garantir a nossa liberdade frente à criminalidade, pode – por outro lado -
vir a ser o novo carcereiro de uma prisão aberta, onde a privacidade deixará de
existir.
- Adeus namorar na rua...
Até breve.
Eduardo Starosta
Prezado Eduardo,
ResponderExcluirO problema de ser monitorado ou não, sinceramente não é o foco central mas sim a forma que somos monitorados. Somos monitados pelos bancos e administradoras de cartão de crédito no momento que o usamos, pois eles sabem onde, quanto, quando e o quê foi gasto, gerando assim um perfil de consumidor que é literalmente vendido no mercado. De posse desses dados, somos bombardeados com comerciais de TV, rádio, internet, outdoor´s, busdoors e outras mídias físicas e virtuais que nos colocam num verdadeiro "brete" do mundo consumista. Certa vez, um grande sábio me disse que a utilidade do cartão de crédito é comprar aquilo que não precisa com o dinheiro que não se tem, e esse verdadeiro cocktail de marketing+cartão de crédito+ impulso dá o grau de endividamento que temos no nosso país. Segundo o sábio Rei Salomão, no seu livro de provérbios, no momento que você se endivida com alguém (seja banco ou pessoa física) você fica "escravo" dessa pessoa, pois os seus esforços são direcionados para cumprir sua palavra e pagar sua dívida. Então, na minha humilde opinião, a verdadeira liberdade não é ser livre de câmeras e filmadoras mas sim poder controlar seu próprio dinheiro sem precisar financiamento de ninguém para curtir sua vida.
Grande Abraço
Ricardo R.
Canoas RS