sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Uma Primeira Espiadela em 2015

Preocupante a mensagem escrita no último domingo pelo Primeiro Ministro Britânico, James Cameron. O texto aponta para a séria possibilidade de novo round da crise financeira global, que vem represando o crescimento da economia mundial desde 2008.

Cameron centra seus argumentos na União Europeia, destacando o elevado desemprego e perspectiva de queda de preços (deflação, que sempre resulta em recessão). Mundialmente ele cita a falta de vitalidade dos países emergentes e a instabilidade política internacional.

E o que o Brasil tem a ver com isso? Na verdade, muito, começando pelas exportações nacionais para a Zona do Euro, que devem fechar 2014 em torno de US$ 43 bilhões.

Pensando em termos globais, em 2009, por conta da crise, as vendas internacionais no planeta chegaram a cair cerca de 23%. Provavelmente, mesmo que o Premier Britânico esteja correto, a situação não deve chegar a ser tão dramática como há seis anos.

A diferença é que naqueles tempos o contexto econômico brasileiro era bem diferente do que o atual. Aparentemente, as duas locomotivas do crescimento nacional - o agronegócio e o consumo interno – estão perdendo força nesse final de 2014 e continuarão desacelerando no ano que vem se algo não for feito.

Por sorte dos produtores de commodities (como soja e carne), a recente desvalorização do real está revertendo parte das perdas impostas pela queda de preço no mercado internacional.

Quanto ao consumo, a recente alta de juros é realmente prejudicial ao varejo. Mas ainda há tempo de políticas públicas tentarem salvar o ano que vem. Nesse ponto se inclui a possibilidade de renegociação de dívidas em cartões de crédito e cheques especiais, de forma a aliviar – de maneira didática, é claro – a pressão sobre as famílias.

Lembrando novamente de Cameron, há uma lição a aprender com os europeus: desde a idade média, em tempos de crise, os habitantes do Velho Mundo se protegem dentro de suas próprias comunidades. Ou seja, se fica mais difícil gerar riqueza, é importante saber como preservá-la dentro do território.


Moral da história: em 2015 dê preferência para comprar de seu vizinho, pois o dinheiro que você gastar estará mais próximo para ser recuperado. 

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