quarta-feira, 25 de abril de 2012

2012 Uma Galinhada no Espaço


Essa semana, definitivamente, o mundo perdeu o resto do sentido que aparentemente tinha: o imbatível Barcelona está há três jogos sem vencer; Silvio Santos está tirando o Chaves do ar; isso sem falar da funcionária puxa-saco que foi demitida logo depois de doar o rim para a chefe.

Com tanta maluquice não precisa nem pensar nas relações da política brasileira com o jogo do bicho, ou na sucessiva derrubada de governos  europeus por conta da incapacidade dos gestores públicos em reagir à crise financeira internacional.

Nesses momentos em que tudo parece perdido, não há nada mais o que fazer, além de tentar relaxar e elevar o pensamento ao infinito do universo. Para tanto, basta uma bela noite sem nuvens e o olhar disperso pelas milhares de estrelas.

Pelo menos algumas dezenas dos mais de 50 milhões de habitantes do estado norte-americano da Califórnia deveriam estar admirando os astros numa certa noite há algumas semanas, quando observaram um objeto despencando do céu. 

Maravilha, uma estrela cadente!

Que nada! O que estava caindo era uma galinha de borracha chamada Camila  que voltava de um voo panorâmico de 40 km de altura, a bordo de um balão de hélio que havia estourado alguns instantes antes.
Conheça Camila, a Galinha do Espaço, Isso é só o começo.

O voo do galináceo tinha sido uma experiência de estudantes interessados em identificar os efeitos das explosões solares sobre o falso cacarejante. 


E assim, em nome da ciência irreverente, foi definitivamente decretado o fim do romantismo do céu. Cedo ou tarde, os românticos remanescentes podem acabar sendo surpreendidos por um ovo na cara, ou coisa pior. 


Por outro lado ,os garotos californianos não deixam de estar de parabéns, já que a Camila foi mais alto do que o míssil transcontinental que os malucos da Coréia do Norte lançaram há algumas semanas.


Mas o fato  é que a mágica do espaço sideral vem sendo paulatinamente desmascarada.Desde que Galileu postulou que a Terra não seria o centro do universo (na verdade qualquer ponto pode ser o centro do universo; até o seu próprio umbigo), o que há acima de nossa cabeça foi rebaixado do místico ao conhecimento formal a ser desbravado.

Quando explodiram a bomba atômica, os físicos mostraram que conheciam os princípios básicos da relação entre matéria e energia. Juntando alguns ingredientes a mais, alguns anos depois os estudiosos chegaram a um ponto provavelmente bem próximo para explicar com refino o nosso universo (dizem que podem haver outros).

Planetas fora do sistema solar já são coisa mais comum do que barata em ralo; a existência de água também está comprovada em tudo o que é corpo celeste. A vida extra-terrestre está a um passo de ser comprovada, mesmo por meio de fósseis em Marte ou simples bactérias perambulando em qualquer canto.

Saindo da ciência, o antigo universo inalcançável está virando um bagunçado quintal da nossa Terra. Antes mesmo da viagem da galinha Camila, não foram raras as noticias de lixo espacial caindo por tudo que é canto.


E vêm mais novidades nas próximas semanas, meses e anos: o primeiro voo privado (ainda sem tripulantes, mas com a idéia de levar turistas) para a Estação Espacial Internacional, que deveria partir dia 30 de abril foi adiado em uma ou duas semanas. Mas logo, logo, vai acontecer.


Em outra frente, a Google, em conjunto com alguns bilionários, está iniciando um empreendimento de minerar metais preciosos nos asteróides. Eles garantem que em quatro anos estarão trazendo os primeiros carregamentos.

Veja só: é questão de tempo (aposto que não muito) para que os arredores da Terra estejam lotados de cacarecos tal qual uma praia movimentada em final de domingo.

Espera um pouco, fiquei com uma dúvida: se esse negócio de mineração espacial prosperar, em poucos anos o custo da atividade vai cair e as quantidades de minério “importadas pela terra” podem chegar a casa dos milhões de toneladas. O problema é o seguinte: se me lembro bem das aulas de física de 35 anos atrás, a gravidade tem proporção com o peso do planeta. Então quanto mais ouro, prata e outros metais que botarem aqui para dentro, tanto maior será a gravidade terrestre e ficaremos automaticamente mais pesados sem ter comido um churrasco sequer. 


Isso não é justo! É só para fazer a fortuna das clínicas de emagrecimento, academias de musculação e ONGs de defesa do meio ambiente galáctico (quer apostar que vai ter?). 


Talvez criem um sistema de compensação, mandando para o espaço porcarias com o mesmo peso das preciosidades que colocarem para dentro do planeta. Mas o que serão as porcarias? Pessoalmente escolheria, em primeiro lugar, os prédios dos cartórios. Adeus reconhecimento de firma e outras baboseiras! 

Finalmente, em meio a toda essa muvuca, não poderia deixar de conceder o devido destaque ao astrônomo norte-americano, Geoffrey Marcy. Esse sujeitinho se encheu de descobrir planetas fora do sistema solar e está começando a investir em uma das maiores barreiras da credulidade humana: a busca por vida inteligente fora da Terra.


E ele está inovando nesse campo, ao substituir os rastreadores de sinais de rádio espaciais por lasers que venham a captar mensagens dos ETs. A coisa tem lógica: afinal de contas se para nós mesmos as transmissões de rádio estão superadas, por que civilizações mais adiantadas usariam esse recurso primitivo de comunicação? O rapaz também vai procurar estruturas artificiais de absorção de energia ao redor das estrelas...

O problema vai ser se ele descobrir mesmo alguma coisa e manter contato com os alienígenas.


Imagina se a primeira pergunta dos irmãos do espaço for: Vocês são gostosos com molho tártaro?  BRRRRRR eu fora!

Melhor voltar a pensar na crise mundial... E se o Sarkozy perder a eleição na França, será que a gata da mulher dele, a Carla Bruni, vai ficar quietinha ou voltar aos palcos para a nossa alegria?



Carla Bruni como veio ao mundo. Com uma mulher dessas em casa, ser Presidente da França é perda de tempo.


Até Breve




Eduardo Starosta

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