quinta-feira, 14 de maio de 2015

Quando Reformas não Adiantam Mais

Sempre quando as coisas vão mal no Brasil ouvimos falar da necessidade de se fazer reformas: reforma fiscal, reforma política, reforma administrativa, reforma o escambau e por aí afora.
Depois que a crise passa, a conversa vai ficando aos poucos de lado e o que resta é mais um aumento de impostos absorvido pelos gestores públicos e que vai saciar a fome da máquina estatal por algum tempo (não muito!), até que surgirá nova pressão por aumento de gastos... e ferro nos impostos!
Então, caro leitor, se você começar a ouvir os políticos falarem em reformas, assuste-se; pois é o seu bolso que será “reformado” com mais furos.
Paralelamente a isso, o FMI sugere que para conter a inflação, o Brasil terá de subir os juros ainda mais. Não que os economistas do Fundo estejam errados. Lamentavelmente eles estão tecnicamente certos.
Entretanto, foi esquecido um componente importante que diferencia o Brasil do resto do mundo: depois de eventualmente debelada a inflação, a sua causa – a emissão monetária – volta a ser explorada pelo governo, na busca de mais e mais dinheiro.
Em outras palavras, subir juros e aumentar impostos aqui pelas terras tupiniquins só significa transferir renda de quem produz e trabalha para as mãos dos administradores públicos que – com raras exceções – não sabem como usar dinheiro.
É triste, mas as tais reformas nada mais são do que sangrias que só acabarão quando o estoque de sangue da sociedade secar. É vampirismo puro!
Quem tem ou teve casa velha sabe que chega um momento em que é mais racional e barato botar tudo abaixo e fazer uma nova construção; reformar seria apenas colocar dinheiro bom em alicerces podres.
Pode ser ousado, mas o Brasil do futuro só dará certo na medida em que nos convençamos a destruir o prédio que representa o Brasil do presente. Ou será que deveríamos insistir em botar para funcionar algo que nunca correspondeu às expectativas?
Sejamos realistas: um país onde os juros, impostos e inflação sobem, ao mesmo tempo em que a produção e o emprego caem de forma aguda, sofre do que os médicos chamariam de falência múltipla dos órgãos. Isso é sinônimo de morte clínica.
O mais inteligente, então, seria aproveitar o tempo que resta de relativa estabilidade social e demolir o Estado brasileiro de forma serena e planejada, tendo pelo menos algumas poucas diretrizes claras do que se quer para o futuro e de como deveríamos ser governados.
Isso serviria de base para uma nova Constituição. Quanto menos artigos, tanto melhor. O fundamental é que o texto constitucional seja claro, conciso e sem penduricalhos e armadilhas orçamentárias.
A alternativa a isso é a Casa Brasil ruir sobre nossas cabeças. Daí, de nada adiantará governar o ingovernável.
Utopia? Então, responda a três perguntinhas:
1) Você aceita pagar mais impostos?
2) Você respeita os seus governantes?
3) Você tem a percepção de que a sua vida está segura?
Eduardo Starosta

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