sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Curtas Para Cutucar IV

Dinheiro do Brasil Voltando ao Brasil – No mês passado o Real passou por uma de suas maiores desvalorizações dos últimos anos. A historia já é conhecida: o pânico na Europa e EUA tornaram o Brasil - sob a ótica dos investidores - mais inseguro do que o próprio olho do furacão. Daí foi aquela fuga de dinheiro estrangeiro aos borbotões (remessa de lucros e resgate de aplicações)  que acabou fazendo com que a nossa moeda valesse menos. Moral da história: minha filhinha vai ter que esperar mais tempo para ver as princesas na Disney!
Mas veja só! Um fator imprevisto vem impedindo que o Real se desvalorize ainda mais. Ocorre que há algum tempo o Banco Central começou a permitir que os exportadores deixassem no exterior parte do dinheiro ganho com as vendas externas. Agora, com o dólar e euro valorizados, essa turma resolveu apostar na volta desses valores. O resultado é que em setembro entrou nada menos do que US$ 26 bilhões no país.
O problema é que aparentemente os estrangeiros tendem a continuar tirando dinheiro de nosso Brasil. E o pulmão para a entrada desses recursos não é incansável.
Assim, as chances de o dólar e euro continuarem subindo nos próximos meses  (mesmo que mais moderadamente do que setembro) não é nada desprezível. Os exportadores devem estar de olho na volta das oportunidades de vendas ao exterior. Pena que a Europa e EUA estão pouco dispostos a comprar nossas bugigangas...

Deixa Disso, Índio Véio – O Brasil não pára de me surpreender. No início de agosto eu estava viajando de carro, fazendo a rota entre Porto Alegre e Brasília pelo interior do país.
Quase na fronteira do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, em Cacique Doble – no meio de uma tempestade – o trânsito parou. Se passaram 10 minutos; 40 minutos; uma hora e meia; e só depois de cerca de três horas é que o tráfego recomeçou.
O que teria acontecido? Inundação?  Desmoronamento? Acidente grave?
Nada disso. A verdade é que um bando de índios havia colocado troncos para bloquear a estrada, em protesto contra a falta de assistência de saúde.
Quando passei na frente do local do “evento” pude até ver o cacique: um senhor de uns 75 anos pintado para a guerra, com arco e flecha, cocar e tudo mais que se via nos antigos filmes de bangue-bangue.
Já sabia da existência de índios no sul do país. Mas acreditava que eles estavam completamente integrados à civilização brasileira, mesmo que eventualmente morassem em aldeias próprias. Eu acho que estava enganado.
E só para confirmar meu erro, nessa semana em Viamão (primeira capital gaúcha e que fica a uns 15 km de Porto Alegre) ferozes índios guaranis prenderam por cerca de 9 horas o presidente da Funai, Márcio Meira, e outras 11 pessoas dentro de um galpão.
Dizem os fofoqueiros que eram mais de 100 indígenas liderados pelo Cacique Eloir de Oliveira. Até tentaram chamar o Coronel Custer e o Rin-tin-tin, mas a sétima cavalaria dos EUA arrepiou tamanha a ferocidade dos nativos.
Mas espera um pouco! Que história é essa de Cacique cujo sobrenome é Oliveira (se bem que Eloir parece um nome bem estranho). Como será que se chama o pajé deles?
Sem mais gozações, é instigante pensar que comunidades integradas à sociedade brasileira há décadas usem a memória de seus antepassados para obter “direitos” e benefícios na marra. No caso, eles queriam demarcação de terras, algo que é resolvido à luz da Lei, pelo Direito Civil e não por seqüestro.

Remexendo em Porcaria – Um aterro sanitário não é a coisa mais bonita de se ver. Afinal, o lixo é o conjunto de coisas que não nos servem; elementos rejeitados descriteriosamente pela sociedade e que fedem, se decompõem desordenadamente e geram gases que podem ser explosivos e letais.
Veja o que está acontecendo no Shopping Center Norte de São Paulo. Para tapar e esconder um aterro sanitário, simplesmente colocaram um monte de lojas em cima e agora há riscos reais de acidentes sérios por conta de cacarecos fermentando no sub-solo.
Esse é um assunto importante que em breve voltaremos a tratar. Mas, em termos de parábola, o tema é interessante para verificar alguns episódios da recente história do Brasil.
Há alguns dias se retirou da Cidade Universitária da USP uma placa que lembrava o golpe militar de 64 como revolução de 1964. Em substituição colocarão outra se referindo ao “regime da ditadura militar”.
Mesmo considerando que a troca de dizeres não pode ser considerada errada (afinal, a história é mesmo contada pelos vitoriosos), o ato em si servirá mais para desenterrar mágoas e revanchismos, reavivando uma polêmica praticamente morta.
Vários dos protagonistas do golpe (ou revolução) de 64 ainda estão vivos e seus filhos e netos não devem achar agradável olhar para o patriarca envelhecido e enxergar nele alguém do mau.
Isso é fomentar o revanchismo. É revolver o lixo enterrado, que tem um fedor insuportável. O melhor seria deixar passar. Ao invés disso,  sob o ponto de vista de verdadeiro resgate da história, sugiro a abertura ampla, geral e irrestrita dos arquivos de documentos daquela época, que continuam fechados a sete chaves.

Indústria Brasileira de Pilha Fraca – Novamente os dados do IBGE mostram que a indústria brasileira está desacelerando. A queda em agosto foi de 0,2% diante de julho. O percentual é pequeno, mas revela uma tendência bastante preocupante. Por conta disso, os juros devem continuar a cair. Mas não esperem quedas extraordinárias. A tradição do Banco Central é aumentar o custo do dinheiro a passos de lebre e reduzir na marcha da lesma.

Roubou; Pirou – A coisa está virando moda. Pessoas bem colocadas no serviço público utilizam sua posição para aprontar todas as travessuras possíveis e impossíveis. Chega o momento em que são descobertas, denunciadas e processadas. O que elas fazem? Chegam na frente do juiz e dizem: Pirei Doutor! Estou com macaquinhos no sótão!
Daí, a justiça suspende as ações e todo mundo sai dando gargalhadas.
A última dessas aconteceu na Assembléia Legislativa do Paraná. Abib Miguel (conhecido por Bibinho) era diretor geral da instituição e gastou a miséria de R$ 100 milhões com a contratação de funcionários fantasmas. Por alegação de insanidade, os processos contra ele estão suspensos.
Imagina se a prática ganha adeptos em todas as partes. Iríamos ver papos assim:
- Estou no SPC porque pirei e gastei demais. Tenho que ter meu nome limpo.
- É verdade, tracei a cunhada. Foi uma loucuuura. Então esqueçam o que aconteceu.
- Tomei todas e atropelei uns 15. Estava fora de mim. Dá para aliviar?
- Nas últimas eleições, estava com a cabeça na lua. Nem me lembro em que votei para deputado. Me perdoam?

O Dodói Salvador – Ano que vem tem eleições na Venezuela. E o povo de lá já estava de saco, cheio do caricato Hugo Cháves. Suas intenções de voto (segundo pesquisas) eram de apenas 31%, o que significaria uma estrondosa derrota eleitoral.
Mas o “ditador eleito” ficou doente. Teve câncer e foi se tratar em Cuba e continuou com suas fanfarronices, só que sem cabelo (provável efeito da quimioterapia).
Parece que o tumor identificado no presidente é do raro tipo “carcinomus marqueteirus”. O efeito colateral foi um crescimento disparado de sua aprovação em pesquisa feita em setembro. A popularidade atingiu fantásticos 58,9%. Dá até para pensar que a doença nada mais é do que teatro político. Se a moda pega...  

Deu Escracho no Ministério Público – Na última postagem do Escracho Geral levantamos novamente a lebre de que os carros brasileiros são caros não apenas pelos impostos, mas também porque a indústria estabelecida no Brasil abusa do bolso de nossos compatriotas. Parece que alguém de peso levou isso a sério, já que o Ministério Público Federal mandou o Ministério da Fazenda investigar a questão. Vamos ver no que vai dar...

Toddynho Atômico -  Tudo bem que a garotada goste, nas propagandas, da fantasia de ganhar super-poderes consumindo os alimentos e roupas para a sua idade. Mas a Pepsi exagerou com o seu Toddynho com ph de 13,3 (o máximo é 14). A falha industrial (problema com detergentes de limpeza de tanque) simplesmente provocou queimadura em órgãos internos de pelo menos 29 crianças no Rio Grande do Sul.
Mesmo que tenha sido um acidente, os pequenos não têm culpa de falhas tecnológicas.
Como compensação, as crianças queimadas deveriam viver como milionários por toda a vida à título de indenização. Nesse ponto a justiça norte-americana é exemplar. Sugiro aos pais que processem a Pepsi nos EUA.

Afogando o Ganso (do Santos) -  Genial a propaganda do Corpus Motel, da Baixada Santista. Pegaram um moleque vestindo o uniforme do Santos de Paulo Henrique Ganso e simularam um afogamento na banheira. Ficou clara a sugestão de “afogar o ganso” no motel. Daqui a pouco eles mudam o nome do estabelecimento para Branca de Neve só para dizer: “Aqui até o Dunga cresce!”.


O Político Mais Feio do Brasil – Semana que vem teremos mais uma parcial do  nosso concurso do Político Mais Feio do Brasil.
Envie seu voto por e-mail, clicando ao lado CLIQUE AQUI! .  Fotos de sugestão são bem-vindas, como foi a do ex-presidente Lula.
Caso você queira ficar no anonimato, envie sua opinião ao final dessa postagem no link de comentários, sem se identificar.

Até Breve.

Eduardo Starosta

Um comentário:

  1. Edu!
    Mt bom, sensacional!Leve, bem humorado e com informação.Repassei a várias pessoas no simers.
    Abraço

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