quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Carnaval Mental do Escracho Geral: Tempo de Fantasia em um Mundo Surreal



O carnaval é uma festa fantástica, especialmente na medida em que proporciona alguns dias de plena liberdade individual, sem censura. O sexo é liberado; homens chegados ao transformismo têm a desculpa de se vestirem de mulheres sem correrem o risco de serem linchados; e na fantasia passa a valer praticamente tudo, regado a samba, suor e cerveja (Caetano Veloso).

Pessoalmente, prefiro passar esses dias longe da agitação, no máximo cobiçando as belas mulheres dos desfiles através da tela da televisão de 20 polegadas num apartamento de praia, o que só será trocado por uma eventual pescaria no Farol da Solidão (RS).

Bem, há gosto para tudo e todos eles precisam ser respeitados desde que não interfiram na liberdade do próximo. Dessa forma, fico com a cerveja e deixo o samba e o suor para quem quiser.

Mas isso não me faz perder o interesse pelo tema do carnaval. 

Dispensando as explicações pagãs que grande parte das pessoas conhece, o fato é que estamos falando de uma comemoração global de culto aos prazeres da vida. E não raramente, para garantir a impunidade das travessuras, os foliões usam fantasias com objetivo claro de esconder a própria identidade. 

Mas isso não quer dizer que essas pessoas não têm identificação com o personagem escolhido para representar o seu "Avatar". Bem nesse ponto, qualquer tipo de verdade  acaba se tornando relativa, uma vez que cada fantasiado mascara sua própria identidade com as características que mais admira ou lhe chama atenção do personagem escolhido. Em resumo, estamos falando de um jogo de mentiras toleráveis, pois através delas fica mais fácil usufruir dos prazeres, amores e ódios mais intimamente desejados... até quarta de cinzas.

Apesar do carnaval de ser uma festa tipicamente brasileira, ela também está presente em vários pontos do mundo de forma mais moderada em termos do escracho da liberdade, mas com o mesmo sentido ou muito próximo.

Quem gosta da festa e tem vitalidade para agüentar a maratona da folia, que aproveite bem, já que o resto do ano aparentemente não vai ser muito fácil. 

Então, um bom carnaval a todos os leitores de Escracho Geral.

Começou a “Releitura” de Bin Laden - Osama Bin Laden seguia à risca a tradição árabe de possuir tantas esposas quantas pudesse sustentar. O problema disso é que em cada pacote de casamento pode vir como brinde uma penca de cunhados, o que sempre acaba resultando em encrenca.

Um deles (irmão da quinta esposa), chamado Zakaria Al Sadah resolveu aparecer no jornal britânico "Sunday times", dizendo que o mais letal terrorista da história simplesmente queria que seus filhos e netos estudassem no ocidente ano e vivessem em paz. 

Realmente, essa é uma história difícil de engolir. Se fosse verdade, significaria que Bin Laden seria ainda pior do que a encomenda, na medida em que ele teria liderado a morte de milhares de inocentes, sem nem acreditar na própria causa. 

Mas o mais provável é que com o passar dos próximos carnavais a imagem refletida pelas máscaras de Bin Laden fiquem cada vez mais caricatas e simpáticas. 

Ainda considero ter sido um grave erro o assassinato do chefe da Al Qaeda. Seu poder tende a se multiplicar na qualidade de mártir.

Guerra e Homossexualismo – Na história dos povos belicosos, o papel das mulheres sempre ficou relegado às tarefas domésticas. Os verdadeiros guerreiros ficavam juntos em acampamentos, se preparando para intermináveis batalhas, enquanto admiravam a virilidade uns dos outros. 

E pelo que os antigos historiadores deixam entender, entre um admirar de bíceps ou tríceps do companheiro,era comum ocorrer um “rala e rola” entre os guerreiros. Os relatos mais claros “desse admirar do mesmo sexo” ficam entre os registros das atividades espartanas (Aquiles papava seu primo) e da Macedônia (lembrando que Alexandre O Grande não escondia a preferência por seu namorado).

Será que tais preferências militares ficaram restritas aos tempos antigos? Acreditava que sim, até saber da denúncia feita pela Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navy Pillay.

Segundo ela, os soldados sírios em missão de reprimir a revolta contra o regime de Bashar al-Assad, estão estuprando os prisioneiros de guerra. Todos homens ou meninos!

Além de considerar a situação em si atrocidade, crime, será que o fato não reflete uma preferência homossexual por parte dos adeptos da violência, da mesma forma como acontecia na antiguidade?

Presenteio essa peteca aos psiquiatras e psicólogos. Mas não posso deixar de imaginar que talvez a melhor forma de resolver os embates bélicos seja simplesmente colocar os guerreiros em boates gays para, diríamos, liberar a energia.

A Gênese Brejeira – Artigo publicado na revista científica PNAS defende a idéia de que a vida no planeta Terra não surgiu no mar, conforme pensa a maioria dos biólogos. 

De acordo com Armen Mulkidjanian – coordenador do estudo – os ingredientes necessários para se criar a sopa primordial da vida – gerando as reações químicas necessárias – podem ser mais facilmente encontrados em pequenas áreas alagadas e estáveis do que na vastidão dos oceanos, onde a mistura de compostos é bem menos provável. 

Em outras palavras, doa a quem doer, todos os animais da Terra, inclusive nós os humanos, deixamos de ser filhos do Grande Deus Netuno para virarmos criaturas de origem bem brejeira. 

Pessoalmente, gostei da idéia. Combina mais com a humanidade.

Metendo Bala no Facebook – A história começa bem inocente. Uma menina de 15 anos, revoltada por ser obrigada a fazer tarefas domésticas como lavar a louça, externou sua indignação postando mensagem sobre o assunto no facebook. 

Lamentavelmente, o furioso papai descobriu a subversão  e resolveu puni-la matando o notebook da mocinha com nove tiros. 

A cena foi gravada e veiculada no YouTube (clique aqui para ver) e já conta com milhões de visitas.

Se a moda pega, além dos ladrões de caixa eletrônica, alguns correntistas vão começar a meter bala nos equipamentos para se vingar das contas estouradas. Da mesma forma, os ministros travessos da Patroa Dilma poderão estourar telas e telas de computadores, para abafar suas ações, diríamos, pouco condizentes com uma vida pública honrada. 

Moral da história: o Sr. Tommy Jordan (pai da menina) deu o exemplo uma idiotice de alcance global... Aguardem por novas besteiras similares a essa.


A Inteligência da Esquerda – Os socialistas, comunistas e demais que se consideram de linha política de esquerda estão com tudo! De acordo com pesquisa canadense que agregou dados de 50 anos, esse grupo de pessoas são mais inteligentes do que aqueles que se identificam com direitistas. 

E a diferença não é nada pequena. A média de QI para a direita ficou em 94 pontos, enquanto a esquerda ficou com 106 pontos. 

Mas vamos entender direito a questão: no Hemisfério Norte, clichês “esquerda” e “direita” são substituídos, respectivamente, por “liberais” e “conservadores”, sendo que esses últimos – mais associados à defesa da livre iniciativa – são predominantes no campo do domínio político, especialmente desde a queda da cortina de ferro e desmantelamento da URSS. Em resumo, o questionamento da realidade vigente nos EUA, Europa, Japão, etc ficou mais a cargo daqueles identificados com a posição política minoritária. 

Havemos de concordar que é mais difícil quebrar tabus e questionar o poder vigente, do que simplesmente defender as instituições estabelecidas e seus gestores.

Então, considero mais palatável aceitar a idéia de que a maior inteligência tende a ficar do lado que questiona o poder. Ou seja, o poder emburrece!

Robô que Come Cocô – Não é brincadeira! Cientistas britânicos desenvolveram um robô que ingere dejetos e água poluída para recarregar suas baterias. A coisa é mais ou menos assim: a engenhoca come a merda e micróbios decompositores transformam a lauta refeição em energia elétrica. E o mais interessante é que o robô em questão pode funcionar incessantemente por cerca de 30 anos.

Imagina soltar um bando dessas máquinas nas redes de esgoto e canos. A função deles é exatamente essa, limpar a porcaria que as pessoas não conseguem ou não tem estômago para tal. 

O lado preocupante de tudo isso é que a robótica está tendo sucesso em dar cada vez mais autonomia energética e de mobilidade para as máquinas. Também progride rapidamente o desenvolvimento de cérebros artificiais. 

Imagina juntar tudo isso numa coisa só: mobilidade, autonomia energética e inteligência? Está-se criando um ser capaz de tomar decisões inteligentes por conta própria. E isso é perigoso, pelo menos sob o ponto de vista do velho Isaac Asimov, cujas obras de ficção científica – assim como as de Julio Verne – previram várias coisas que hoje são realidade.

Querem Matar o Tiro ao Alvo – O mundo moderno faz algumas coisas perderem a graça. Desde os tempos imemoriais, muitas pessoas se gabaram de suas pontarias. Poderia ser no arco e flecha, lança, dardos e até estilingue. Nas olimpíadas da era moderna existe até o tiro ao prato.

Pena que isso esteja com sua utilidade prática morrendo. Uma indústria bélica dos EUA inventou uma bala que simplesmente persegue o alvo através de um conjunto de barbatanas associados a sensores óticos e laser. Simplesmente, errar o alvo vai ser impossível. 

Na nota anterior falamos nas previsões de Asimov. Agora vale lembrar que Walter Lantz - criador do Pica-Pau e Andy Panda - já havia idealizado a bala de controle remoto (sempre acertava o traseiro do Zeca Urubu) e foi seguido pelos estúdios Anna & Barbera e outros.

A vulgarização dessa tecnologia (por maior que seja o segredo, ele sempre é desvendado) terá alguns desdobramentos sérios. O tiro acidental deixará de existir; enquanto o erro acidental será quase uma impossibilidade.

A Chuva Sólida – Todo o ano é a mesma coisa: em alguma região do mundo milhões de hectares de plantações são perdidos por conta de estiagens extremas. Não raras vezes, até em regiões em que a sociedade teve sucesso em se mobilizar e providenciar reservatórios, a força da seca é implacável.

Mas essa maldição pode estar prestes a acabar. Talvez inspirado nas fraldas infantis, o engenheiro mexicano Sérgio Rico inventou um gel à base de poliacrilato de sódio (sei lá o que é isso!) que acumula água da chuva perto da raiz dos vegetais o suficiente para nutrir a planta durante toda a seca. 

O composto tem vida útil de 8 a 10 anos e já foi testado com sucesso em lavouras de milho. Se isso realmente funcionar no mundo real (será que os arados mecânicos da lavoura não liquidam ou deslocam o gel?) e o custo for razoável, os agricultores terão muito o que comemorar, além de se evitar a construção de gigantescas barragens. 

Gel acumulador de água, desenvolvido pelo mexicano Sérgio Rico (agora rico mesmo)
Geopolítica da Crise Européia – Será coincidência? Na IIa Guerra Mundial, a estratégia alemã foi expandir ao máximos as fronteiras de seu domínio e buscar a sustentação da maior parte possível dos territórios conquistados. Enquanto isso, os ingleses se recolheram a sua ilha para concentrar esforços e foram para o contra-ataque a partir do apoio logístico das ex-colônias.
Agora, em plena crise européia, é claro que as idéias bélicas estão descartadas. Mas a estratégia de reação mostra-se similar a de 70 e tantos anos atrás.
A Alemanha, sob a batuta de Angela Merkel, está assumindo incontestável liderança na União Européia, simplesmente por ter tido a capacidade de manter as contas públicas germânicas em ordem, enquanto gregos, portugueses, italianos e outros faziam estrepolias com o dinheiro público de seus países e da União Européia. Essa postura fez com que os alemães naturalmente assumissem o papel de xerifes financeiros do continente, gerando naturais ódios regionais, que atualmente estão mais latentes na Grécia.
Enquanto isso, os britânicos – com toda a experiência financeira – resolveram se defender da crise através de um recuo para a segurança das próprias fronteiras.
É provável que uma dessas duas posturas seja a chave para a superação da crise. 
A fragilidade alemã consiste em assumor a responsabilidade sobre uma amplitude territorial demasiadamente grande, sem dominá-la de fato. Pelo lado inglês, o ponto fraco está exatamente numa estratégia inicial isolacionista do resto da Europa que será muito cara no futuro (em termos de preferências comerciais), se eles não reagirem a tempo de se tornarem protagonistas importantes da recuperação da economia do continente.
Um ótimo carnaval a todos e até breve!
Eduardo Starosta




Nenhum comentário:

Postar um comentário