sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A Semana das Maldades

A terceira semana de janeiro está encerrando sem deixar saudades.
Afinal, nos últimos dias a população brasileira foi “presenteada” com um dos mais preocupantes e danosos pacotes econômicos dos últimos anos.

Tarifaço na gasolina e diesel (CIDE); aumento do imposto de importação; IOF dobrando de alíquota; majoração de IPI; e juros básicos (SELIC) pulando para 12,25% ao ano foi um conjunto de medidas capaz de colocar o mais otimista dos brasileiros de barbas de molho. Isso sem esquecer o aumento da conta de luz!

Na verdade, desde o final das eleições presidenciais já haviam especulações indicando que a nova equipe econômica de Dilma Rousseff iria apertar o cinto dos consumidores e empresários do país. Mesmo assim, tais atos não deixam de ser um erro de política econômica.

Os tradicionais manuais de economia recomendam que os governos pressionados pela inflação de demanda (elevada pressão de consumo gerando alta de preços) aumentem impostos e juros para conter a escalada dos preços.

Entretanto, o quadro atual da atividade econômica é bem diferente daquele que justificaria tal tipo de intervenção: o consumo nacional fechou 2014 no vermelho, ao mesmo tempo em que a produção industrial também encerrou o ano em queda livre. De acordo com tal situação, é impossível que as relações econômicas privadas sejam a origem da inflação. Mas de onde vem o problema que inspirou o ministério da fazenda a lançar mão de tantas maldades no decorrer dessa semana?

Sim, a inflação é um fato. Porém a sua origem está associada a outras causas, das quais destacam-se: aumento da emissão de papel-moeda (botar a maquininha de dinheiro para funcionar) acima de 10% ao ano desde 2011; e desvalorização do Real (após anos de câmbio artificialmente valorizado) por conta da queda da credibilidade dos títulos da dívida brasileira no mercado especulativo internacional.

Especialmente, por conta desses dois fatores diretamente associados ao déficit público é que as autoridades econômicas aumentaram impostos e juros.

Moral da história: o governo cobra impostos em demasia; gasta mal; para compensar cobra ainda mais impostos; e joga as culpas e responsabilidades no consumo da população. 

Isso é ou não uma maldade?


Eduardo Starosta

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