quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O Brasil em Crise Cambial

Em apenas duas semanas a cotação do dólar subiu de R$ 2,57 para R$ 2,84; uma alta de 10,5%, apesar das insistentes intervenções do Banco Central que já custaram cerca de US$ 5 bilhões das reservas cambiais do país.

Pessoas com interesse na exportação podem comemorar a situação, uma vez que a moeda brasileira está há vários anos em situação de sobrevalorização (isso é que torna os importados tão acessíveis).

Entretanto, o fenômeno em foco está dando medo ao Planalto, na medida em que ele revela a desconfiança internacional em relação a nossa política econômica.

Simplificando, a coisa funciona mais ou menos assim:

- a credibilidade financeira de um país é medida pela sua moeda;
- quando o mundo acredita na moeda do país, os investidores internacionais investem em títulos públicos da Nação em foco;
- eventualmente, por conta de barbeiragens na política econômica e crises financeiras, a credibilidade do país cai e os investidores resgatam o dinheiro investido em títulos públicos.
- assim acontece a chamada fuga de capital estrangeiro. As moedas internacionais ficam raras no país, fazendo com que o dinheiro nacional se desvalorize. É isso o que está acontecendo com o Real.
Resumindo, o descontrole das contas públicas, a alta da inflação, o aumento de impostos e denúncias de corrupção acenderam a luz de alerta sobre o Brasil no exterior. Daí o mais lógico para os investidores é pegar o dinheiro e pular fora da encrenca.

Assustem-se: em situações como essa, a reação do governo é seduzir os investidores com rendimentos mais altos. E como se faz isso? Aumentando ainda mais os juros... Nos primeiros tempos do Real, o Brasil tinha uma confiabilidade muito baixa. Entre agosto e outubro de 1998, por exemplo, a SELIC (taxa básica de juros) pulou de 19,23% ao ano para 41,58%.

Não está fora das possibilidades que tal cenário se repita. A única solução razoável para o problema está na tecla que o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, vem tocando insistentemente: melhorias convincentes na gestão pública federal.

Última: Quer reagir ao aumento de combustível? Então boicote a Petrobrás. Consuma de outras redes que não sejam a BR. Esse tipo de pressão pode reverter a alta de fevereiro.


Eduardo Starosta

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