Estudo divulgado pela faculdade de medicina de Washington comprova que as galinhas enxergam melhor que os seres humanos. Trocando em miúdos (não de frango, é claro!) isso pode significar que temos algo a aprender com as penosas.
Também foi comprovado que os animais não-humanos têm linguagem própria, entendendo-se, portanto, na comunicação. Provavelmente, os cachorros falam uma língua derivada do Latim e a linguística galinácea tem suas origens no idioma galês, de raiz celta.
Sendo assim, o cacarejar generalizado é sinal que o debate entre as aves está permanentemente em alta.
Mas sobre o que elas conversam? Pois bem, com a mania dos granjeiros de forrar os galinheiros com jornais, evidentemente as aves alfabetizadas devem fazer a maior algazarra com as notícias que por elas são pisoteadas.
Duas frangas comadres (na verdade todas as galinhas são comadres umas das outras) fizeram uma pausa entre as ciscadas e as chocagens e resolveram trocar prosa.
- Comadre, a notícia aqui tá dizendo que os impostos subiram.
- Xi, será que é por isso que o Seu Onofre diminuiu o milho do galinheiro?
- Pode ser. Mas aqui tá dizendo que esse tal de imposto subiu porque o governo gastou demais e ficou devendo.
- Espera um pouco: porque eles gastaram mais do que deviam nós é que temos que apertar as penas e emagrecer? Isso não tá certo! O Seu Onofre deveria reclamar com o Rei.
- Rei é coisa de história de fadas. Pelo que eu andei lendo, os chefes são escolhidos pelos granjeiros e outros tipos de humanos.
- Mas quando escolhem esses governantes, “as gentes” são a favor de aumentar os impostos para faltar milho?
- Penso que não, mas parece que sim.
- Não posso acreditar! Custo a entender como os humanos acabaram dominando tudo por aí.
- Parece que em outros lugares isso não acontece. Lembra quando fui candidata a miss? Conheci galinhas de tudo que é canto do mundo. Daí, em um certo momento esse papo de imposto também aconteceu por lá e fiquei sabendo que na maioria dos países essa história de impostos e gastos está bem resolvida. Só tive pena de uma carijó da Venezuela. Tão magrinha a coitada...
- Ora minhocas. Então é só copiar as coisas que dão certo e deixar para lá o que dá errado. A natureza sempre foi assim.
- Também acho, mas essa gente boba parece que não quer aprender o óbvio. Tá na hora da revolução das galinhas. Vamos gurias! Hora de colocar as coxinhas para funcionar.
- Estou dentro! Vamos lá. Vou reunir toda a turma e...
- Espera, espera! Olha essa notícia aqui. O filho da Gabriela Marília foi visto de beijocas com um frango.
- Que babado! Vamos logo contar para as meninas.
- Eu vou é dar uma checada no Garni Zé. Ai dele se ele estiver se assanhando com algum galo por aí.
- Se essa moda pega, o que será de nós, galinhas? Daremos adeus às chocadeiras e ovos?
- Nem morta querida. Vamos fundar o movimento galofóbico.
- Ih, isso vai acabar em confusão.
Foi pena para todo o lado.
E o milho foi reduzindo, reduzindo, reduzindo...
Eduardo Starosta
Nenhum comentário:
Postar um comentário