sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Câncer Latino-Americano: Aprendendo com o Inacreditável



 A Venezuela, além de possuir as mulheres mais bonitas do mundo (pelo menos são as maiores vencedoras dos concursos de miss) tem o estadista com maior capacidade de dizer coisas estapafúrdias em menor tempo.

Há uns dias – face às notícias de câncer de Cristina Kirschner, o sujeito que conseguiu a proeza de quebrar com a democracia mais longeva da América Latina e levar um “cala boca” do Rei da Espanha, enunciou mais uma pérola. Para ele, os tumores que assolam os quatro principais estadistas do Continente – além da presidente argentina, ele próprio, Lula e Dilma Rousseff – seria uma doença “plantada” pelos espiões norte-americanos.


Claro que a análise chavista é ridícula e falastrona. Mas isso, antes de denotar burrice, parece mais ser um estilo de garantir empatia com seu público.

Porém, na observação de Chàvez tem pelo menos uma questão relevante. Qual será a probabilidade de os quatro políticos mais influentes da América Latina (Lula ainda conta, sim!) – com histórico de vida e hábitos completamente diferentes - terem tumores diagnosticados quase que paralelamente (cerca de um ano de diferença entre o primeiro – Dilma – e o último – Cristina)?

Se a doença for aleatória, ou mesmo relacionada a hábitos físicos como alimentação, fumo, etc, a chance é muito pequena, para não dizer desprezível.

Mas e se houver outros fatores subjetivos, ou associados à predisposição mental (ou energética)?

Até bem pouco tempo, a maioria dos médicos ridicularizaria tal questão. Entretanto, nos últimos tempos, estudos sobre distúrbios mentais – como a depressão – deixam claro que a situação do estado de consciência e inconsciência das pessoas pode, sim, causar doenças e acidentes físicos, como derrames cerebrais, infartos... e câncer!

Os terapeutas orientais já tinham conhecimento de tais associações há séculos ou até há milênios e uma coisa boa dos últimos tempos é que as vertentes sérias do estudo médico e biológico  – mas aparentemente antagônicas – estão começando a dialogar em prol da ciência (mesmo cultivando algumas rixas apaixonadas).

À luz de tais ponderações, como tentar entender a coincidência do câncer coletivo dos quatro principais estadistas do continente?

Talvez um caminho seja analisar as similaridades comportamentais entre eles.
O que Dilma, Cristina, Chávez e Lula têm em comum além de serem ou terem sido presidentes de seus respectivos países (nos outros duzentos e tantos países do mundo, não tenho notícia de nenhum presidente com câncer)?

Simples argumentos de ansiedade, tensão, agenda super-lotada e confrontos com opositores também não mostram quaisquer diferenças em relação aos outros estadistas globais. Então, o cargo em si de presidente – isoladamente – não quer dizer nada!

Mas será que ser presidente do Brasil, Argentina e Venezuela gera algum diferencial?

Acredito que sim!

Veja só: a política latino-americana é fortemente marcada pelo revezamento entre ditaduras militares e governos populistas, ou eventualmente a mistura de ambos.
Agora estamos na fase populista, que se diferencia pela condução dos chamados currais eleitorais por meio de ações assistencialistas e discursos de base lógica questionável, mas eloqüentes o suficiente para despertarem paixões. A bem da verdade, Dilma não tem esse perfil, mas herdou tal contexto de Lula, o que dá quase no mesmo.

O problema é que tal falatório carrega notórias inconsistências intrínsecas e invariavelmente resultam na falência financeira e moral do Estado e suas instituições. E é isso que acaba dando espaço para as tradicionais quarteladas latino-americanas.
É difícil crer que os populistas acreditem em suas próprias palavras. O clima de tensão de serem desmascarados ou terem que conviver com o controverso deve ser bem considerável, ao ponto de criar angústias e depressões especiais, as quais podem precipitar somatizações e facilitar o surgimento de doenças físicas, como o câncer.

Por ironia, a melhor definição para essa doença um tanto quanto genérica é a multiplicação defeituosa das células. Em outras palavras, partes do corpo se distorcem da suas próprias verdades. E tal incoerência, se não for tratada em tempo, leva à morte.

Coincidentemente, os governos populistas da América do Sul padecem de mal análogo: a distorção lógica da gestão política gera crescentes e fortalecidos tumores na sociedade, sejam eles de origem assistencialista, ou mesmo corporativos. Então, não é de se estranhar que os governantes da Argentina, Venezuela e Brasil tenham contraído câncer para eles próprios, dentro desse processo de predisposição mental à doença.

Ainda acredito que Dilma Rousseff, sob essa ótica, tenha a vantagem do potencial de diferenciação rumo a uma gestão pública responsável, o que seria a cura do câncer do Estado. Entretanto, não se pode ignorar que por mais boa vontade que tenha a presidente, ela conta com inimigos poderosos como aliados, preparados para garantir a sustentação de políticas de sangria dos recursos públicos e manipulação dos currais eleitorais.

Em resumo, Hugo Chávez talvez não esteja de todo errado ao levantar a lebre da coincidência de quatro estadistas sul-americanos sofrendo ao mesmo tempo de câncer.

Nessa ótica, não posso deixar de fazer votos de boa saúde em 2012 para todos os líderes continentais.

Mas os votos de Boas Festas do Escracho Geral, vão para o seu vasto e inumerável punhado de leitores.

Feliz 2012 e até breve.

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