quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Será que Vai Ter Segundo Turno?

Aproximadamente metade das vezes em que eu digo que algo vai acontecer, minha previsão está correta. Por conta disso, me achava um grande guru, até que a tal da lei das probabilidades me aquietou.

Mesmo assim, não resisto em palpitar a respeito da grande dúvida dessa semana. Os principais institutos de pesquisa eleitoral mostram resultados completamente desencontrados sobre a possibilidade de um segundo turno na corrida presidencial.

Na minha opinião, acho que conheceremos só no final de outubro a pessoa que ganhará o direito de soltar flatos na principal poltrona do Palácio do Planalto (afinal de contas, presidente também peida, mesmo que disfarçadamente).

 Penso assim, por dois motivos principais. O primeiro é que eu quero que tenha segundo turno! Acho que temos esse direito. Afinal de contas, as primeiras semanas de campanha foram muito chatas, com todos os candidatos se fingindo de civilizados. Apenas o Plínio de Arruda Sampaio colocava alguma pimenta na disputa. Só foi nos últimos dias que o espetáculo de trapalhadas e baixarias começou. E nós, brasileiros, temos o direito a ter um show de maior duração.

Mas agora, deixando de lado as motivações emocionais, há razões bem razoáveis para levar a sério a possibilidade do segundo turno.

 Em primeiro lugar, duas das três principais pesquisas eleitorais do país mostram a queda da Dona Dilma ( pelo menos, por enquanto, podemos adjetivar e apelidar carinhosamente a candidata. Mas quando ela virar presidenta, isso poderá dar cana.). A doce criatura está em linha descendente de popularidade por conta de alguns fatores que deixaram os eleitores meio cabreiros. Vamos a eles:

- a associação de imagem entre a Dilmoca e o nosso querido Zé Dirceu, Palloci e outras figuras inesquecíveis do tempo do saudoso mensalão ;

- as travessuras da braço direito da Dilminha, Erenice Guerra e do ex-presidente dos Correios, em termos de distribuição de empregos a familiares e tráfico de influência;

- as sacanagens dos petistas, contra correntes rivais de seu próprio partido, na briga pelos melhores cargos no governo da Dilmete. O clima que predominava até há poucos dias, do "já ganhou", provavelmente, foi o aspecto indireto mais poderoso de aumento da rejeição da nossa gatinha manhosa (essa pesou!);

- séria mesma é a campanha dos evangélicos e da CNBB contra o aborto e práticas sexuais alternativas que o PT apóia irrestritamente. A ex-senhora Linhares (ela já teve esse sobrenome) até que tem se pronunciado nos últimos dias, pessoalmente, contra o aborto. Mas será que vai colar?

- e finalmente chegamos ao argumento mais poderoso, que tem o poder de levar a eleição para o segundo turno. As pesquisas, normalmente, não ficam muito longe da verdade no que se refere ao desempenho dos candidatos mais badalados. Entretanto, a captação da votação nos chamados nanicos freqüentemente escapa da lupa do Ibope, Datafolha e outros. No passado recente o falecido Enéas Carneiro surpreendeu a todos fazendo mais de 5% dos votos para presidente; na eleição passada foi a vez de Heloiza Helena superar todas as expectativas estatísticas. Na temporada atual, candidatos como prêmio Plínio de Arruda Sampaio, Eymael e outros perigam conquistar bem mais de 1% dos votos cada, frustrando as previsões dos institutos de pesquisa.

E nesse mesmo ambiente entra o voto de protesto, que normalmente aparece nas pesquisas como indecisos, brancos e nulos.

Quem está se beneficiando claramente dessa parcela do eleitorado é o palhaço Tiririca, provável deputado federal por São Paulo, onde deve fazer mais de um milhão de votos. Se ele fosse candidato à presidência seguramente ele ficaria entre as quatro maiores forças políticas do Brasil. Essa é uma questão interessante que o Escacho Geral tratará na próxima semana.

E enquanto esperamos, vamos torcer pelo segundo turno, para ver a nossa Dilminha nos falar coisas doces com aquela boquinha de piu-piu com dentes.

É bom aproveitar agora, porque depois de casarmos com ela, a Madame TPM vai tomar conta do Brasil com garras de aço e acabar com a nossa folga. Mas tudo bem, casamento é isso aí mesmo...

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