Quem conhece a Europa fora
de suas regiões metropolitanas fica impressionado com a diversidade
cultural do continente. Basta rodar alguns quilômetros para praticamente mudar
de civilização, incluindo hábitos, folclores, dialetos, etc.
Essa heterogeneidade tem sua
base histórica na idade média, quando pequenas comunidades se organizavam em
torno de seus feudos e ali viviam a vida, mantendo o menor contato possível com
o mundo externo.
Parcialmente, esse modelo
acabou quando os senhores feudais mais fortes organizaram seus reinos que,
gradativamente foram montando o atual mapa político da Europa, não sem o caro
preço de muito sangue absorvido pelo solo ao longo dos séculos.
E depois da II Guerra
Mundial, finalmente o continente parou com suas brigas internas,
pelo menos as mais destruidoras, restando apenas movimentos separatistas
importantes no Reino Unido, Espanha, ex- Iugoslávia, etc.
A decisão dos então inimigos
irreconciliáveis foi reconstruir suas economias e sociedades através da
integração econômica. E dessa forma, entre 1951 e 1957 foram assinados uma
série de tratados em Paris e Roma, integrando França, Itália, Alemanha, Países
Baixos, Luxemburgo e Bélgica.
Passados 16 anos, Reino Unido Irlanda e Dinamarca
aderem ao tratado; em 1981 foi a vez da Grécia (atual problema mais agudo)
entrar para o clube dos integrados; já em 1986, Portugal, Espanha passaram a
compor o bloco econômico; chega-se, então, a 1995 com a adesão da Áustria,
Finlândia e Suécia, em 2004 República Checa, Chipre, Eslováquia, Eslovênia,
Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta e Polônia; e finalmente em 2007,
Bulgária e Romênia. Ainda esperam para entrar na turma Islândia, Turquia,
Croácia e Macedônia.
Temos, então, 25 países
tentando se entender para unificarem suas economias e vários aspectos legais e
sociais. O desafio até que não é tão ousado visto sob essa ótica. Mas ao
lembrar que cada uma dessas nações se subdivide em dezenas, centenas ou
milhares de culturas e dialetos com suas próprias leis e costumes conservadores
a coisa ganha uma enorme complexidade.
Há o claro paradoxo entre a manutenção
dos antigos feudos e uma tentativa de nação continental, cujo tamanho econômico
chega a superar os EUA. Por isso o Euro prometia ser uma moeda forte.
Entretanto, o
estabelecimento de uma autoridade continental (parlamento europeu) para a
gestão dos tratados e do novo padrão monetário tem de conviver com bancos
centrais de cada país, restrições de comércio (especialmente sanitárias) de cada
condado (equivalente a estados no Brasil) e costumes diversos em cada conselho
de municípios ou pequenas comunidades.
Isso é muita complexidade!
Tudo fica em paz quando a máquina está funcionando bem. Mas na medida em que os
problemas se tornam mais visíveis, as pressões da população de cada país,
condado, conselho municipal e por aí afora é o de buscar o isolamento de
problemas que podem prejudicar a comunidade.
Daí começaram as crescentes
oposições à União Européia por conta da crise financeira que iniciou nos EUA,
mas que acabou se tornando mais avassaladora na própria Europa, com maiores
dificuldades de reagir agilmente a imprevistos, exatamente por conta de sua
estrutura sócio-política.
Um exemplo para trazer essa
questão para a nossa realidade: imagine que você é alagoano e São Paulo vai à
falência. Por conta da estrutura federativa do Brasil, você – mesmo
indiretamente – terá de dar sua contribuição para a recuperação paulista.
Difícil não pensar:
- E o que eu tenho a ver com
a bancarrota dos outros? Não quero pagar pelos erros de São Paulo!
- Ou São Paulo sai do
Brasil; ou o Alagoas se desliga do país e cria sua própria república.
Pelo menos na atualidade,
tal quadro de confronto é improvável por aqui. Mas na Europa, isso é bem
presente na mente das pessoas.
O calote grego e a hesitação
dos líderes do país em adotar as medidas de cortes de gastos estão gerando
fortes ameaças de desmembramento parcial da União Européia. Entendo que na
medida em que Irlanda, Portugal, Espanha e Itália estão em situação potencialmente similar,
pelo menos o Euro corre o risco de deixar de existir, o que seria um enorme
passo para trás no processo de integração continental.
Resumidamente, parece que a
Europa está exatamente naquele ponto histórico entre consolidar sua integração
através da instalação de um Banco Central único e leis tributárias e de
controle econômico harmônicas; ou recuar para o restabelecimento pleno dos
antigos estados nacionais (Alemanha, França, Itália, etc,),
O problema com a segunda
opção é que ela provavelmente despertaria novas ondas de separatismo em países aparentemente
consolidados, lembrando que o Velho
Continente pode ser comparado a uma grande colcha de retalhos. Conforme a força
das linhas que prendem uma peça a outra, os remendos podem se desfazer mais ou
menos facilmente.
Olimpíadas das Varas – Não, não estou me referindo
a um super-campeonato de salto com varas. Falo de outro tipo de varas;
aquelas onde ficam sentados os juízes (sem duplo sentido, por favor) para
julgar todo o povo. Por conta desse poder é que a categoria deve manter um
código de ética bastante severo, fazendo jus ao jargão de que “a justiça é
cega”. Mas parece que vários de nossos magistrados estão aceitando trocar essa
cegueira simbólica por uma miopia bem tangível.
Imagine que a Associação
Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, considerando seus associados
muito estressados, resolveu promover jogos olímpicos lá no Porto de Galinhas
(em Pernambuco). Estaria tudo correto caso o evento não fosse patrocinado por
empresas como Banco do Brasil, Chesf, OI, Ambev e outras, com evidentes
interesses em agradar os juízes trabalhistas. Com atos assim, é claro que a
neutralidade da justiça vai por água abaixo.
Entendo que o que ocorreu no
Porto de Galinhas não foram jogos olímpicos, mas uma tremenda galinhagem!
Quatro Décadas de Atraso – As notícias para o Brasil na
última edição do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU não foram lá
muito animadoras. O país vem evoluindo em ritmo bem inferior aos demais emergentes
(Índia, China, Rússia, etc), ao mesmo tempo em que apenas agora, em 2011,
chegou ao padrão de vida registrado nos EUA há 40 anos.
A redução de tal atraso só
será possível através de mudanças internas significativas. O caminho é a
qualificação e incentivo à liberdade de empreender. Em qualquer lugar do mundo,
os engessamentos sociais e econômicos sempre acabaram em estagnação.
Ceva Japonesa – Os japoneses da Kirin
acabaram por comprar toda a Schincariol. A propósito, será que os nipônicos
entendem de cerveja? Tomara que sim, mas tenho lá as minhas dúvidas que os
tomadores de saquê sabem tratar da cevada. Veja os mexicanos: de tanto tomar
tequila acabaram fazendo “loiras” intragáveis.
Dica aos Governadores – Senhores governadores: caso vocês
tenha problemas por estarem sendo investigados pelas suas próprias polícias,
façam como o Agnelo Queiróz (DF) e demitam os delegados enxeridos!
Dica aos Applemaníacos – Não baixem o IOS 5 nos seus
iPhones e IPads! O sistema operacional é voraz com a bateria dos aparelhos, que
por sinal, já não é muito resistente em duração de carga. Em algumas semanas os
sucessores de Jobs lançarão uma atualização de software corrigindo o problema.
O Político mais Feio do Brasil – Na próxima semana teremos nova parcial de nosso grande concurso do Político Mais Feio do Brasil. Nos últimos dias a opinião dos eleitores convergiu para o José Ribamar Sarney, Orlando Silva e a belezoca da Manuela Ávila.
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Até Breve
Eduardo Starosta
Tiririca
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